sábado, 27 de abril de 2024
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Open Banking

Albert Morales

General Manager na Belvo

E-commerce é o próximo segmento a ser revolucionado com o Open Finance

À medida que o cenário do comércio eletrônico continua a evoluir, empresas que adiantarem a adoção da tecnologia têm tudo para sair na liderança dos próximos anos nesse setor

21 abril 2023 - 08h00
E-commerce é o próximo segmento a ser revolucionado com o Open Finance

Neste espaço, costumamos dialogar muito sobre soluções de Open Finance voltadas a instituições financeiras e empresas de crédito. Também, no universo dos clientes PJ, já abordei aqui o potencial dos dados abertos para softwares de ERP e o poder de fontes de dados específicas, como os recebíveis de cartão, para alavancar os empréstimos B2B. Hoje, vamos tratar de um outro segmento de players que tem muito a ganhar com o Open Finance, tanto no
escopo de dados quanto nas novas modalidades de pagamento: as empresas de e-commerce e, consequentemente, seus clientes.

Começando pela iniciação de pagamentos, que, em particular, tem o potencial de realmente revolucionar a experiência de compra online para o consumidor. Ao permitir transferências bancárias diretas da conta do cliente, a iniciação do pagamento pode simplificar o processo de finalização da compra, contribuindo para diminuir as altíssimas taxas de abandono de carrinho presentes no e-commerce brasileiro, que chegam a 85%.

Ainda, o método permite reduzir o risco de falhas nas transações, que podem acontecer, por exemplo ao digitar errado um número de cartão, realizar o pedido antes de haver limite liberado para a compra ou mesmo o esquecimento na hora de pagar um boleto ou o PIX recebido pelo email.

Contornar esses obstáculos ajuda os comerciantes a receber seu dinheiro mais rapidamente, evitando atrasos e taxas associadas aos métodos de pagamento tradicionais.

Os dados Open Finance também são valiosos na hora de otimizar a emissão de cartões de crédito de varejistas. Os comerciantes podem aproveitar os dados sobre os padrões de gastos dos clientes, renda e outros fatores para direcionar melhor as ofertas de cartão de crédito e melhorar as taxas de aprovação. Isso pode ajudar a reduzir o número de transações recusadas, melhorar a satisfação geral do cliente e diminuir a inadimplência, que tem atingido
níveis expressivos também para varejistas.

Além disso, não podemos esquecer que os dados de Open Finance podem fornecer inteligência de mercado valiosa para os comerciantes. Ao analisar os dados sobre os hábitos de consumo dos consumidores, varejistas podem identificar tendências e adaptar seus esforços de marketing para melhor atender às necessidades e desejos do consumidor.

Uma boa análise de inteligência de mercado com base nesses dados também pode ajudar os comerciantes a entender melhor o cenário competitivo e tomar decisões de negócios mais informadas, ao mesmo tempo em que ajuda a empresa a entender seu share of wallet, ou fatia no orçamento do cliente, métrica essencial no mundo de varejo.

Ainda, a inteligência que os dados de Open Finance oferece pode ter uma utilidade a mais no caso de marketplaces: permite que a empresa compreenda melhor seus vendedores. A possibilidade de, por exemplo, saber a diferença de quanto um vendedor específico vende em sua plataforma em comparação com a de um concorrente permite que empresas ajustem seu atendimento a esses comerciantes, num movimento benéfico para vendedor e plataforma.

Com esses exemplos, fica evidente que o Open Finance está prestes a revolucionar o comércio eletrônico no Brasil. Aproveitando ferramentas como o acesso a dados e informações enriquecidas e as novas modalidades de pagamentos, os comerciantes poderão simplificar suas operações, otimizar a emissão de cartões de crédito e obter informações valiosas sobre o desejo de seus consumidores e o mercado em que operam.

À medida que o cenário do comércio eletrônico continua a evoluir, o que não deve parar tão cedo, de acordo com as últimas tendências no Brasil, empresas que adiantem a adoção da tecnologia têm tudo para sair na liderança dos próximos anos nesse setor.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.