O processo de sucessão do presidente-executivo na Vale (VALE3) foi conduzido de maneira manipulada, foi o que afirmou José Luciano Duarte Penido, que apresentou na véspera sua renúncia a cargo no conselho de administração da mineradora, em carta ao presidente do colegiado, segundo documento visto pela agência Reuters nesta terça-feira (12).
Duarte Penido disse que o processo de sucessão de CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, teve evidente influência política.
O ex-Vale estava no conselho desde 2019, foi presidente do colegiado antes do mandato atual de Daniel Stieler (indicado pela Previ, aliada do governo).
Penido também possui longa data de atuação em commodities, tendo sido CEO da Samarco (JV da Vale com a BHP) por 13 anos e presidente do conselho da Fibria, antes da fusão com a Suzano, por mais de uma década. Durante a votação para a renovação de Eduardo Bartolomeo até o final do ano no cargo de CEO, na sexta-feira passada, apenas Penido e mais um conselheiro votaram contra.
“Acreditamos que, perante discordâncias, Penido não julgava viável sua permanência e que há uma falta de coesão de membros chaves. Nossa visão é de que a notícia não parece ser favorável para os acionistas, que desejam o fim de ruídos não-operacionais. (…) A extensão do mandato de Bartolomeo até dezembro não remove as incertezas de quem será o nome por trás da companhia a partir de 2025, mas também não deve causar mais danos às ações frente ao patamar atual”, aponta a Genial Investimentos.
As informações são da agência Reuters.