domingo, 19 de maio de 2024
Arcabouço Fiscal

Verde Asset Management: Críticas à mudança fiscal e ajustes na carteira de investimentos

Luis Stuhlberger, da Verde, denuncia fragilidade do arcabouço fiscal brasileiro e reconfigura estratégias em meio a incertezas

07 maio 2024 - 18h23Por Redação SpaceMoney
Verde Asset Management reage às mudanças fiscais do governo brasileiro, ajustando estratégias para enfrentar a volatilidade econômicaVerde Asset Management reage às mudanças fiscais do governo brasileiro, ajustando estratégias para enfrentar a volatilidade econômica - Crédito: Freepik

Fábio Murad, da Ipê Avaliações, comentou sobre as recentes declarações de Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset Management, durante um evento voltado para investidores nesta terça-feira (7), onde Stuhlberger criticou fortemente as mudanças no arcabouço fiscal do governo. Segundo Stuhlberger, a mudança da meta de superávit primário para 2025 e 2026 transformou o cenário fiscal em uma "peça de ficção". Ele destacou que o que antes era considerado "ruído" agora é visto como "sinal", ressaltando a volatilidade e incerteza trazidas por essas mudanças.

Em 15 de abril, a meta de superávit primário do Governo Central para 2025 foi alterada de um superávit de 0,5% do PIB para um equilíbrio entre receitas e despesas, o que, na visão da Verde Asset Management, compromete a credibilidade do arcabouço fiscal. Além disso, a projeção de crescimento das despesas foi revista para cima, levando a Verde a estimar um aumento ainda maior dessas despesas caso certos fatores, como os gastos com Previdência, continuem crescendo no ritmo atual.

Diante dessas mudanças, a Verde Asset Management realizou ajustes significativos em sua carteira, trocando títulos públicos atrelados à inflação por posições em Treasury Inflation-Protected Securities (TIPS), que oferecem proteção contra a desvalorização causada pelo aumento da inflação nos Estados Unidos. Essas mudanças refletem a preocupação da gestora em mitigar os riscos associados às incertezas fiscais no Brasil.

Além disso, a Verde reduziu sua exposição à Bolsa Brasil, passando a alocar apenas 10% do portfólio nesse mercado, enquanto mantém sua posição no mercado acionário global em 5%. Essas mudanças na alocação de ativos refletem a cautela da gestora diante do cenário econômico e político atual, marcado pela instabilidade fiscal e pela expectativa de uma postura mais hawkish do Banco Central em relação à política monetária.