Em março, os Estados Unidos criaram 303 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola, volume maior que o esperado pelos analistas, segundo dados do relatório Payroll divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Departamento do Trabalho do País.
Os analistas, de acordo com consenso LSEG, esperavam criação de 200 mil vagas no mês.
A taxa de desemprego ficou em 3,8%, um pouco abaixo dos 3,9% de fevereiro e também da estimativa dos analistas, que esperavam estabilidade ante a taxa de um mês antes. A taxa de desemprego tem estado numa faixa estreita entre 3,7% e 3,9% desde agosto de 2023.
O salário médio por hora dos empregados em folhas de pagamento privadas não agrícolas aumentou 12 centavos em março, ou 0,3%, para US$ 34,69. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora aumentou 4,1%.
Houve revisão para cima do payroll de janeiro, que subiu de 229 mil para 256 mil vagas. Já o dado de fevereiro foi revisado para baixo, de 275 mil para 270 mil. Assim, com as revisões, o emprego combinado em janeiro e fevereiro ficou 22.000 superior ao reportado anteriormente.
“O relatório de emprego de março trouxe dados que superaram em muito as expectativas, reforçando a visão de que o mercado de trabalho permanece aquecido nos EUA. De um lado, a taxa de desemprego voltou a cair e o consenso era de estabilidade. De outro, as contratações confirmam o dinamismo da economia durante o primeiro trimestre", avaliou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
"Não acredito que os dados alterem a percepção dos membros do FOMC sobre o cenário e a busca pela confiança extra no sucesso do combate à inflação permanece. Apesar das surpresas, houve reações positivas dos mercados após a divulgação do relatório de emprego, mas o que deverá impactar as apostas sobre o curso da política monetária serão os números de inflação a serem divulgados na semana que vem”, conclui.