Às 14:50 desta sexta-feira (29), as ações de Vale (VALE3) caíam 1,56%, ao preço de R$ 69,59. O movimento sucede a divulgação do balanço do segundo trimestre da companhia.
A mineradora registrou lucro de US$ 6,2 bilhões no segundo trimestre de 2022, uma queda de 18% no ano, mas ficou acima do consenso da Refinitiv, que previa um ganho líquido de US$ 3,88 bilhões.
O lucro das operações continuadas atribuível aos acionistas da Vale, no entanto, foi de US$ 4,09 bilhões.
A receita da mineradora foi de US$ 11,1 bilhões entre abril e junho, abaixo dos US$ 16,5 bilhões registrados no mesmo período do ano passado e um pouco abaixo do consenso de US$ 11,3 bilhões.
A Genial Investimentos destacou que uma receita menor impactada tanto por um preço realizado inferior quanto um volume vendido menor que o esperado, e custos superiores aos estimados sobretudo com frete, diminuíram as margens da companhia.
Porém, o lucro acima das expectativas e o lado de remuneração ao investidor permanecem em pauta e foram importantes eventos para compensar grande parte do resultado negativo.
Analistas mantêm recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 90,00 - potencial de valorização de 27,32%.
Já o Goldman Sachs mantém classificação neutra para as ADRs, ao preço-alvo de US$ 15,00, pois veem o preço das ações em US$ 84 por tonelada dos preços de minério de ferro.
A equipe de commodities da GS espera que os preços do minério de ferro atinjam US$ 70 por tonelada nos próximos 3 meses e no 2S22 uma média de US$ 85 por tonelada (vs. US$ 118 por tonelada spot). Isso reflete uma combinação de fraqueza na demanda onshore relacionada a propriedades estendidas da China e uma desaceleração acentuada na demanda de aço off-China, composta por uma trajetória de oferta praticamente inalterada.
A eficiência operacional trimestral de metais básicos foi o principal destaque negativo, e o GS disse que vai buscar mais detalhes da administração sobre as perspectivas para os próximos trimestres.
Também o GS se disse surpreso ao ver o equilíbrio do minério de ferro em US$ 58,4 por tonelada, um aumento de 19% a/a e sequencialmente maior, apesar da produção muito mais forte. Esperamos uma reação negativa do mercado à impressão de hoje.
O BTG, por sua vez, recomendou a compra das ADRs, ao preço-alvo de US$ 25,00. Já o Itaú BBA manteve classificação outperform, com preço-alvo de US$ 20,00.