terça, 07 de maio de 2024
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Nem Soma (SOMA3), nem Arezzo (ARZZ3): Nord tem preferência por ações da Renner (LREN3)

Analista Rafael Ragazi aponta que empresa está preparada para entregar crescimento

02 fevereiro 2024 - 10h44Por Mari Galvão
 - Crédito: Divulgação/Renner

As varejistas de moda Grupo Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3) confirmaram na última quarta-feira (31), que estão conversando sobre uma possível fusão de suas bases acionárias, mas que ainda não alcançaram um acordo vinculante.

A operação seria através da troca de ações. Com a notícia, as ações da Soma fecharam com alta de 16,8% a R$ 7,92 na véspera. Os papéis da Arezzo, por sua vez, encerraram o pregão com crescimento de 12,8%, cotados a R$ 62,59. 

As companhias divulgaram em comunicados separados que Alexandre Birman, presidente da Arezzo, será o presidente-executivo da companhia combinada caso seja concretizada a operação, enquanto o presidente-executivo do Soma, Roberto Jatahy, permanecerá à frente das marcas sob gestão do grupo.

A Nord Research explicou que a transação está sendo realizada levando em consideração o preço de tela de cada ação. Enquanto Arezzo vale R$ 7 bilhões na Bolsa, a Soma está avaliada em R$ 6,3 bilhões. Assim, os acionistas da Arezzo ficariam com 53% da empresa combinada e os da Soma com 47%.

A companhia combinada teria um faturamento anual de R$ 12 bilhões, com EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,5 bilhão e lucro de R$ 750 milhões. Seriam 34 marcas e mais de 2 mil lojas.
 
Segundo a casa de análise, a capacidade de ambas as empresas de entregar crescimento e boa rentabilidade demonstra a força de suas marcas, portanto a captura das sinergias (estimadas em R$ 4,5 bilhões) seria muito positiva para os acionistas.

Nos últimos 12 meses, as ações da Arezzo e do Grupo Soma acumularam uma queda de -26% e -23%, respectivamente. No mesmo período, o Ibovespa subiu +14%.

 "Vale ressaltar que apesar de serem boas empresas, as ações das companhias não estão necessariamente baratas, mesmo após as quedas. Arezzo e Soma negociam a 10x Ebitda; como referência, o múltiplo de EV/Ebitda médio da bolsa está em 7x", afirma Rafael Ragazi.

A preferência da Nord no setor é a Lojas Renner (LREN3), que vendeu R$ 11,5 bilhões nos últimos 12 meses, entregando um EBITDA de R$ 2 bilhões e um lucro de R$ 931 milhões.

O analista indica que o pior ficou para trás na história da companhia. "A Renner focou em aumentar sua competitividade e está se beneficiando do melhor cenário para custos (na financeira, os dados também indicam uma melhora à frente)", afirma.

 Além disso, ele também destaca que o novo CD (centro de distribuição), em fase final de implementação, deve trazer ganhos para a operação. "Nos últimos trimestres, a companhia realizou investimentos e melhorias operacionais e a partir de agora está pronta para entregar um ciclo de crescimento com rentabilidade consistente", conclui.