O desastre ambiental que aconteceu em Alagoas em decorrência da extração de sal-gema pela Braskem (BRKM5) em Maceió, segue a afetar as comunidades e biodiversidade no entorno da região da mina 18, dessa vez pescadores identificaram morte de peixes na Lagoa Mundaú e técnicos do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) colheram amostras e vão analisar a qualidade da água.
A lagoa é a mesma em que está a mina 18, da Braskem, que colapsou no dia 10 de dezembro. A mineradora, contudo, afirma que não há alteração no padrão de qualidade de água, que já apresentava altos índices de contaminação.
O teto da mina sofreu um rompimento após semanas sob monitoramento após abalos sísmicos em Maceió. A área afetada, no bairro do Mutange, já havia sido desocupada e, portanto, não houve vítimas.
Até o final de dezembro, estudos do IMA e da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) não estabeleceram se houve alguma alteração nas águas da lagoa após o rompimento da mina.
A expectativa de especialistas é que o rompimento da mina de sal-gema sob a lagoa torne a água altamente salinizada, com prejuízos para a fauna e a flora do local.
As coletas para novas análises da água foram realizadas pelo IMA no domingo (31) e na segunda-feira (1º) e as análises devem ficar prontas em até sete dias úteis.
A Braskem disse, em nota, que "os resultados produzidos até o momento não indicam alteração no padrão típico de qualidade", de acordo com avaliação de técnicos da UFAL e do IMA divulgada em 18 de dezembro.
Além disso, a empresa acrescentou que esse estudo estabelece que a lagoa apresenta altos índices de contaminação, "mas a situação é antiga e não está relacionada à acomodação do solo na região da cavidade 18". A Braskem também diz que não faz lançamento de qualquer efluente na lagoa.
Uma fonte ligada ao governo local afirmou ao sita Valor Econômico, que a lagoa tem um histórico de mortandade de peixes por ser impactada pelo lançamento de esgoto, além de ser próxima de indústrias e empresas.
Nesta época do ano, durante o verão, as altas temperaturas da água resultam em redução da quantidade de oxigênio, o que aumenta a mortandade de peixes.
Contém informações do Valor Econômico.