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Com menos de R$ 5 mil é possível investir em startups; crowdfunding deve alcançar R$ 100 mi em 2020

22 dezembro 2020 - 11h17Por Flávio Faria

O crowdfunding de investimentos deve seguir o aumento exponencial dos últimos quatro anos e fechar 2020 com R$ 100 milhões em aportes, batendo um novo recorde a despeito da pandemia.

Essa é a previsão de Christian Rocha, diretor comercial da plataforma de crowdfunding Investweb. “A Associação Brasileira de Crowdfunding ainda está contabilizando, mas acreditamos que o total movimentado neste ano chegará a R$100 milhões, superando muito os R$ 78,4 milhões de 2019”, afirma.

A modalidade permite que pessoas físicas emprestem diretamente a startups — recebendo seu recurso de volta com juros — ou, ainda, que adquiram participação nessas empresas com grande potencial de valorização.

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Crescimento geométrico

O crescimento do crowdfunding de investimentos não é mais surpresa para o mercado financeiro. No ano em que entrou no radar dos investidores, em 2016, à época ainda sem regulação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a modalidade movimentou R$ 8,3 milhões — e, desde então, bate recordes anuais.

Em 2020, apesar da queda da bolsa de valores nos primeiros meses da quarentena – em fevereiro e março –,os investimentos em renda variável, considerados mais arrojados, foram beneficiados pelaredução da Selic, a taxa de juros básicos da economia brasileira.

Com a Selic em 2% ao ano desde agosto — o menor nível da história —, investidores passaram a buscar na renda variável uma forma de aumentar seus rendimentos, uma vez que os juros baixos tiram performance das aplicações em renda fixa.

“Esse cenário aproxima o Brasil de modelos econômicos de países desenvolvidos. Uma taxa de juros baixa como balizadora da renda fixa obriga o investidor a procurar a B3 [bolsa de valores brasileira, onde são comercializados os ativos de renda variável] para investimentos de maior risco e rentabilidade. Hoje temos três milhões de pessoas físicas cadastradas na bolsa. Por isso, acreditamos que o crowdfunding terá um crescimento geométrico nos próximos anos”, explica Christian. 

Os números suportam a visão do diretor da Investweb. Além dos 30% de crescimento no segmento de financiamentos coletivos, outro dado chamou a atenção: o aumento explosivo de brasileiros na bolsa. O número de contas abertas na bolsa aumentou 82% neste ano, chegando a 3.065.775 no anúncio da B3 em outubro, contra 1.681.033 em 2019.

Possibilidade de grande retorno

Além dos papéis tradicionais da bolsa de valores, como ações, fundos e opções, o mercado financeiro se rendeu nos últimos anos a opções modernas, como criptomoedas e crowdfunding de investimentos. Essa última, ainda pouco conhecida, foi regulamentada em 2017 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — entidade vinculada ao Ministério da Economia — e é uma opção que startups têm utilizado para financiar seus negócios, oferecendo em troca uma quota do seu quadro societário, o que pode gerar um grande retorno para investidores, ou mesmo recebendo empréstimos diretamente de pessoas físicas, devolvendo o recurso com juros, em prazo determinado.

A conta é simples: se a ideia vingar e a companhia se tornar um "unicórnio", como são chamadas as startups que multiplicam seu valor de forma muito rápida — iFood e Nubank, por exemplo —, o dinheiro aplicado também será ampliado várias vezes. Christian prevê que a tendência é que a modalidade encontre espaço na maioria dos portfólios de investimento nos próximos anos. 

“Quem já tem negócios diversificados olhará cada vez mais para esse tipo de investimento. Claro que ainda será importante ter na carteira grandes empresas, como a Vale e a Petrobras, mas também será importante olhar para o que o vizinho está fazendo no comércio local, as construtoras regionais, as startups. Nelas, o investidor vai aplicar, por exemplo, 0,5% do seu capital e poderá obter retorno com grande alavancagem”, conta Rocha.

Um exemplo de oferta acessível na Investweb é a da plataforma de educação e soluções financeiras SpaceMoney, criada em 2019.

A startup chega com a proposta de oferecer de forma gratuita um planejamento financeiro que integra as principais linhas de produto do mercado: seguros, crédito e investimento. A oferta está disponível pelo modelo equity crowdfunding, no qual os investidores adquirem partes da empresa, proporcionalmente ao valor aplicado. 

A aplicação mínima para ser um sócio da SpaceMoney é de R$ 3.200, adquirindo com esse valor uma cota de 40 ações preferenciais. Com o desenvolvimento do plano de negócios da empresa, os investidores passarão a receber dividendos e, no caso de ocorrer uma operação de venda ou fusão com outra empresa, as cotas adquiridas via crowdfunding poderão ser revendidas com potencial de grande lucro.

No ar há menos de um mês, a oferta já alcançou 13,6% dos recursos necessários. Para saber mais sobre a oferta e se tornar um sócio do projeto, clique aqui!

Investimento inclusivo

Outra característica do crowdfunding é a possiblidade de qualquer pessoa investir pela internet, sem grandes burocracias. Hoje, o mercado conta com 26 plataformas específicas de crowdfunding de investimento. Além da Investweb, outras conhecidas são aEqseed, MyFirstIPO, StartMeUp e Glebba. 

Há diversas ofertas abaixo de R$ 5 mil, que podem ser interessantes para pequenos investidores. Esse, aliás, é um público-alvo importante no segmento.“A Investweb surgiu com o conceito de inclusão social. Nos questionamos por que as pessoas com menos recursos sempre ficam com os piores investimentos e o nosso objetivo foi disponibilizar um modelo em que a pessoa, mesmo com pouco capital, pode aplicar em opções mais rentáveis, como imóveis ou empresas, obtendo proporcionalmente com mil reais a mesma rentabilidade de alguém que investe R$ 10 milhões”, esclarece Christian.

Como todo produto de renda variável, o financiamento coletivo oferece mais riscos que a renda fixa ou até ações de empresas já estabilizadas no mercado, algo a que principalmente os novatos no mercado financeiro precisam se atentar. Porém, segundo o diretor da Investweb, a CVM tomou muito cuidado para conter o “otimismo exagerado” de pequenos investidores. Por isso, definiu como R$ 10 mil o valor máximo para aplicação na modalidade, com algumas poucas exceções para investidores com renda bruta anual acima de R$ 100 mil ou com experiência comprovada com investimentos. Ele também destaca o compromisso das plataformas com a transparência. 

“Quando uma rodada vai ao ar, as ofertas devem trazer informações completas sobre a campanha para informar e mitigar o risco. Além de balanços, plano de negócios e vasta documentação, disponibilizamos também um vídeo produzido pela própria empresa que está captando, mostrando em que ponto ela está atualmente e as perspectivas para o investidor. Assim, ele pode avaliar e tomar a melhor decisão”, pontua.

Mais facilidade para pequenas empresas captarem

O crowdfunding de investimentos também chegou como uma solução para o pequeno empreendedor que quer financiar a sua ideia sem precisar procurar um “investidor anjo” com muitos recursos ou os bancos, cada vez mais restritivos para a liberação de crédito. 

Para Fábio Murad, CEO da SpaceMoney, em alguns anos o crowdfunding de investimento será a principal fonte de financiamento de startups no Brasil. “O crowdfunding propicia ao pequeno investidor diversificar a sua carteira e operar em uma modalidade moderna e com oportunidades de alta rentabilidade, que antes só eram acessíveis a quem tinha muito capital. Já pelo lado das startups, o modelo de financiamento coletivo desburocratiza e acelera a captação de recursos, aumentando inclusive as chances de sucesso e crescimento acelerado dos negócios”, afirma. 

Segundo ele, a oferta tem justamente o viés de ser inclusiva e oferecer uma opçãorentável a quem não tem uma grande capacidade de investimento. “Com a SpaceMoney, o investidor será sócio de um projeto completo de soluções financeiras, com um plano sólido de crescimento e encabeçado por profissionais experientes no mercado financeiro”, destaca. 

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