segunda, 13 de maio de 2024
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Eletrobras (ELET3): participação maior do governo na companhia pode ser negativa, diz analista

Ruy Hungria, da Empiricus, aponta que o governo costuma tomar "péssimas decisões" como administrador de empresas

10 janeiro 2024 - 15h07Por Redação SpaceMoney
EletrobrasEletrobras - Crédito: REUTERS/Brendan McDermid

Representantes da Eletrobras (ELET3; ELET6) e do governo se reuniram pela primeira vez para discutir a limitação do poder de voto do governo nas decisões da companhia na última segunda-feira (8). 

Em maio de 2023, a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para rever artigos da Lei 14.182 da privatização da companhia, que restringe os votos de acionistas a 10% do capital da empresa. A União tem cerca de 42% das ações da companhia.

O analista Ruy Hungria, da Empiricus, vê como negativa a possibilidade de o governo ter mais participação nas decisões da Eletrobras.

“O governo normalmente toma péssimas decisões como administrador de empresas. A gente vê quadros inchados, contrato com empresas não tão boas para fazer serviços terceirizados e decisões de investimentos ruins”.

Além disso, a casa de análise acredita que, caso o presidente Lula (PT) consiga aumentar o poder de voto do governo, as ações podem responder de forma negativa. 

“Seria uma mudança drástica. O governo voltaria a dar as cartas dentro da companhia e a Eletrobras não seria mais uma empresa com a independência de uma companhia privada. Estamos vendo os resultados e a eficiência melhorando nos últimos trimestres depois da privatização”, ressaltou o analista.

Apesar do temor, Hungria destaca que é difícil que o governo consiga aumentar sua participação por conta do diálogo entre as duas partes, que tende a apaziguar os lados, e a complexidade do processo de privatização, que durou anos.

Para o analista, as ações da Eletrobras estão “muito baratas”. A avaliação é de que a resolução da questão vai ser “menos negativa do que o mercado espera” e o Estado não conseguirá aumentar seu poder no Conselho.

Neste sentido, a Empiricus recomenda compra na ação, que se apresenta como uma boa oportunidade.