Após três anos sem dados oficiais, o governo da Venezuela divulgou na semana passada a inflação de 2018: 130.060%, conforme anunciou o presidente Nicolás Maduro. Isso quer dizer que um produto que custava 1 bolívar em dezembro de 2017 terminou 2018 sendo vendido a 130 mil bolívares. Essa taxa equivale a uma variação de 2% ao dia nos preços, ou 82% ao mês.
Apesar de absurdos, os números ainda são contestados por economistas da oposição e por especialistas de outros países, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que estima que a variação de preços foi de mais de 1 milhão por cento no ano passado e deve atingir 10 milhões por cento este ano de acordo com dados obtidos pelo FMI. O governo da Venezuela não fornece mais dados para o fundo, a quem acusa de sabotar a economia. O FMI projeta também uma queda de 25% do PIB venezuelano este ano.
Milu de Almeida, conselheira das comunidades pela Venezuela, diz que o povo que ganha um salário mínimo não consegue chegar aos produtos e dá um exemplo: “um litro de leite está em 12 mil [bolívares], e o salario mínimo é de 40 mil”. Assim, o mínimo seria suficiente para apenas três litros de leite.
Apesar de o país ter feito uma reforma monetária recentemente, muitos dos comerciantes, como já não confiam no valor da moeda oficial, pedem as trocas comerciais em dólares, “o que é ilegal”, afirmou Milu.
Uma reunião conjunta está sendo realizada hoje (3) em Nova York entre o Grupo de Contato Internacional para a Venezuela e o Grupo de Lima. O objetivo do encontro é contribuir para uma solução pacífica e democrática para a crise no país.
Com informações da Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) e da Agência Brasil.
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