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Títulos privados: o que são e como funcionam?

24 outubro 2019 - 17h26Por Redação SpaceMoney

Os títulos privados já caíram nas graças dos investidores e ganharam popularidade há alguns anos como uma opção mais rentável do que a poupança. Mas você já ouviu falar dessa forma de investimento? Diferentemente dos títulos públicos, que são emitidos pelo Tesouro Nacional como uma forma de captar recurso para o governo federal, os títulos privados são emitidos — como o nome indica — por instituições privadas. Neste artigo, vamos entender melhor o que são os títulos privados, como eles funcionam, quais as vantagens e os riscos, como é a rentabilidade desse tipo de investimento e como começar a aplicar. Acompanhe!

O que são títulos privados?

Os títulos privados são uma opção de investimento de renda fixa, assim como os títulos públicos. Diferentemente destes, no entanto, são emitidos por instituições privadas, como forma de captar recursos para diversos fins. Dessa forma, quando você compra um título privado, está emprestando dinheiro ao emissor daquele título, que, em troca, vai lhe pagar uma remuneração por isso. Os principais atrativos dos títulos privados são a rentabilidade e a segurança. Isso porque eles costumam apresentar rendimentos superiores aos da poupança e, em muitos casos, também aos dos títulos públicos. Além disso, contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), com exceção das debêntures e dos CRIs e CRAs, como explicaremos adiante. Vale lembrar que o FGC garante ao investidor o reembolso de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira em caso de falência da instituição.

Quais são os tipos de títulos privados?

Vamos ver agora quais são os tipos de títulos privados nos quais você pode investir.

CDBs (Certificados de Depósitos Bancários)

Os CDBs são, certamente, os títulos privados mais conhecidos e tradicionais. São emitidos por bancos e sua rentabilidade varia, dependendo do valor aplicado e do tempo pelo qual o dinheiro permanece investido. Eles podem ter liquidez diária — ou seja, o investidor pode resgatar o dinheiro quando quiser — ou ter um prazo determinado para o investimento. Essa é uma informação à qual o investidor deve ficar atento, para evitar surpresas. A rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada (normalmente atrelada ao CDI) ou híbrida (em geral, com a parte pós-fixada atrelada a um índice de inflação). A tributação dos CDBs segue a tabela dos investimentos de renda fixa, com alíquota máxima de 22,5% sobre os rendimentos para valores que permanecem aplicados por até 180 dias e mínima de 15% para aqueles que ficam investidos por mais de 720 dias.

LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio)

As LCIs e LCAs também são emitidas por bancos, mas com uma particularidade: as LCIs têm o objetivo de captar recursos para financiar o setor imobiliário, enquanto o dinheiro captado pelas LCAs vai ser usado para financiar o agronegócio. Quanto à rentabilidade, elas também podem ser pré ou pós-fixadas. Além de contarem com a proteção do FGC, as LCIs e LCAs têm uma grande vantagem: são isentas de Imposto de Renda, o que, muitas vezes, significa uma rentabilidade maior para o investidor.

Letras de Câmbio

As Letras de Câmbio, diferentemente dos CDBs, das LCIs e das LCAs, são emitidas por financeiras, e não por bancos, com o objetivo de captar recursos para empréstimos. Assim, elas têm um nível de risco um pouco maior, já que as financeiras não têm a mesma solidez dos grandes bancos. Como risco e retorno costumam andar de mãos dadas, isso significa que é possível encontrar Letras de Câmbio com rendimentos bastante atraentes. Assim como os demais títulos privados, podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos. As Letras de Câmbio contam com a garantia do FGC, mas não têm o benefício da isenção de IR e são tributadas seguindo a tabela dos investimentos de renda fixa.

Debêntures

Esses são os únicos títulos privados que não são emitidos por instituições financeiras, mas por empresas do tipo SA (Sociedades Anônimas). Justamente por isso, não contam com a proteção do FGC. Existem dois tipos de debêntures: as simples e as conversíveis em ações. Normalmente, são tributadas seguindo a tabela do Imposto de Renda dos investimentos de renda fixa, com uma exceção, que são as chamadas debêntures incentivadas. Nessas debêntures, as empresas usam o dinheiro arrecadado para executar obras de infraestrutura para o país, como estradas e aeroportos. Por isso, o governo federal decidiu isentá-las de IR. Em termos de rentabilidade, elas também podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbridas.

CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)

Os CRIs e os CRAs são emitidos por securitizadoras, que são organizações que convertem dívidas em títulos lastreáveis. São isentos de IR, o que torna o investimento mais atraente, mas não contam com a proteção do FGC. A rentabilidade, em geral, é prefixada ou híbrida. São um investimento mais de longo prazo e, em geral, o dinheiro deve permanecer aplicado por até 4 anos, com pagamento de juros semestral ou anual. Não se deve, portanto, usar o dinheiro da sua reserva de emergência para esse tipo de investimento.

Quais as vantagens de investir em títulos privados?

A principal vantagem de investir em títulos privados é que, muitas vezes, eles oferecem rentabilidade superior à das modalidades mais tradicionais de investimento, como a poupança e até mesmo os títulos públicos. Além disso, algumas modalidades ainda contam com isenção de Imposto de Renda e proteção do FGC, como é o caso das LCIs e LCAs.

Quais são os riscos?

Todos os tipos de investimentos têm seus riscos, que podem ser maiores ou menores. O mais importante é ter ciência deles para não ter nenhuma surpresa e também para decidir o quanto da sua carteira total de investimentos pode estar exposta a esse risco. Nos títulos privados, os dois principais riscos são o de crédito e o de liquidez. O primeiro está ligado à possibilidade de o emissor não conseguir pagar a dívida ou os juros previstos. No caso dos títulos que contam com a proteção do FGC, esse risco é minimizado. Além disso, em algumas modalidades o dinheiro deve ficar investido por um bom tempo; o investidor não pode resgatá-lo quando quiser, ou seja, há um risco de liquidez. Por isso, se for esse o caso, é importante se certificar de que você não vai precisar desse dinheiro no período em que ele estiver aplicado.

Como é a rentabilidade dos títulos privados?

Como vimos, cada título tem um tipo de rentabilidade, mas, de forma geral, eles podem ser:
  • prefixados, ou seja, com um rendimento acordado no momento da contratação;
  • pós-fixados, ou seja, o rendimento está atrelado a algum índice, como o CDI;
  • híbridos, ou seja, parte do rendimento é prefixada e parte é pós-fixada.
Ao comparar rentabilidades, é importante considerar a rentabilidade líquida, já que alguns investimentos são tributados e outros, não.

Como começar a investir?

Alguns tipos de investimento podem ser comprados diretamente nos bancos, como é o caso dos CDBs e das LCIs e LCAs. No entanto, para a maioria deles é preciso ter conta em uma corretora de valores. Para isso, basta escolher a corretora de sua preferência. Atualmente esse processo é muito simples e desburocratizado, e algumas corretoras são 100% digitais. Após abrir sua conta, veja quais são os títulos privados que a corretora oferece e escolha aquele que for mais adequado para você. Não se esqueça de avaliar risco, rentabilidade e liquidez, de forma a fazer um investimento consciente e proveitoso. Gostou de saber como funcionam os títulos privados? Aproveite para disseminar o conhecimento, compartilhando este artigo nas suas redes sociais!