sexta, 19 de abril de 2024
Suzano

Suzano salta 8%, liderando ganhos do Ibovespa após balanço

14 agosto 2020 - 11h35Por Investing.com

Por Gabriel Codas - Investing.com - Na parte da manhã desta sexta-feira, as ações da Suzano (SA:SUZB3) lideram os ganhos do Ibovespa hoje. Apesar de a companhia ter divulgado ontem, após fechamento do mercado, que teve prejuízo bilionário no segundo trimestre, ele veio melhor do que a previsão dos analistas de mercado.

A Suzano anunciou que teve prejuízo de R$ 2,05 bilhões no período, ante lucro de R$ 700 milhões um ano antes. A previsão média de analistas consultados pela Refinitiv era prejuízo de R$ 4,26 bilhões.

Além disso, as receitas foram turbinadas por aumentos dos volumes de venda de celulose, mas foram ofuscadas por maiores despesas financeiras devido aos efeitos da desvalorização do real frente ao dólar.

Por volta das 11h09, os papéis disparavam 8,6% a R$ 52,12, máxima do dia e contribuindo para a alta do Ibovespa junto com a JBS (SA:JBSS3). O prinicpal índice acionário brasileiro avançava 0,72% a 101.178 pontos.

As vendas de celulose da Suzano de somaram 2,778 mlhões de toneladas, aumento ano a ano de 25%. Esse aumento foi ofuscado pela queda de 26% no preço médio líquido de celulose no mercado externo. Na contramão, as vendas de papel recuaram em 22%, impactadas pela pandemia de Covid-19, para 235 mil toneladas, mas os preços subiram 7%.

Visão dos analistas

Para a XP Investimentos, os números divulgados ficaram acima do esperado. Destaque para volumes mais altos de celulose seguindo o movimento de desestocagem da Suzano e demanda saudável de tissue e preços realizados mais fortes (+22% T/T) devido a um dólar mais alto.

No lado da dívida, a alavancagem segue sendo uma preocupação com a Dívida Líquida/EBITDA caindo para 5,6x, contra 6,0x no 1T. Em dólar, a Dívida Líquida/EBITDA diminuiu para 4,7x (de 4,8x no primeiro trimestre). Contudo, é importante destacar que a empresa não tem risco de refinanciamento até 2022.

Balanço

De todo modo, os maiores volumes e a alta do dólar fizeram a receita líquida da companhia no trimestre subir 20% ano a ano, para 8 bilhões de reais.

E o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado deu um salto de 35%, a 4,18 bilhões de reais. O número também veio acima da previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv, de 3,47 bilhões de reais.

Segundo a Suzano, a demanda por celulose foi beneficiada, em um primeiro momento, pelo crescimento da demanda de papéis sanitários, na esteira dos efeitos da pandemia do coronavírus.

A relação dívida líquida da empresa sobre Ebitda ajustado em reais saltou de 3,5 vezes para 5,6 vezes e em dólares cresceu de 3,6 vezes para 4,7 vezes. Na comparação com o final do primeiro trimestre, a alavancagem caiu de 6 vezes reais e de 4,8 vezes em dólares.

A Suzano afirmou que tem zero risco de refinanciamento até 2022, tendo uma posição de caixa e equivalentes no final de junho de 12,7 bilhões de reais. A dívida líquida ficou em 67,94 bilhões no final do primeiro semestre, aumento de 29% na comparação anual.