segunda, 29 de abril de 2024
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Marfrig (MRFG3): Decisões de alocação de capital são sinal de alerta, diz BB Investimentos

Medidas não se alinham ao cenário adverso dos negócios da América do Norte que demandariam maior cautela e preservação da liquidez, apontam analistas Mary Silva e Melina Constantino

14 janeiro 2024 - 14h00Por Lucas de Andrade
MarfrigMarfrig - Crédito: Divulgação

O BB Investimentos reiterou a recomendação neutra para as ações da Marfrig (MRFG3), com preço-alvo elevado a R$ 12,00 por ação (de R$ 10,90, anteriormente), em relatório assinado pelas analistas Mary Silva e Melina Constantino e publicado na última segunda-feira (8).

Elas creem que as margens dos negócios na América do Norte devem continuar pressionadas em 2024, diante de um cenário de menor disponibilidade de animais para abate.

O momento de virada do ciclo pecuário na região ainda parece incerto, o que mantém o BB Investimentos cauteloso em relação às estimativas para esta unidade de negócios, que impacta de forma relevante o resultado consolidado da empresa.

De acordo com a expectativa da companhia, Constantino e Silva dizem que a venda das unidades de abate da América do Sul à Minerva (BEEF3) pode ser concluída ao longo do primeiro semestre deste ano e, assim, a Marfrig estaria mais concentrada na produção de processados – com a manutenção das unidades industriais na região e já considerada a participação da BRF (BRFS3) no resultado consolidado.

Como a transação ainda segue em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), o BB Investimentos não incorporou tais premissas em seu modelo, mas mantém a visão positiva da época em que o negócio foi divulgado: um alinhamento estratégico coerente da Marfrig em focar no portfólio de processados, após os investimentos realizados nos últimos anos, enquanto endereça parte da sua necessidade de desalavancagem financeira com a entrada de R$ 7,5 bilhões no caixa.

Por outro lado, as decisões de alocação de capital da Marfrig (de destinar o valor já recebido, R$ 1,5 bilhão, para aumentar sua participação na BRF, por exemplo) não se alinham ao cenário adverso dos negócios da América do Norte que demandariam maior cautela e preservação da liquidez.