Ganhar dinheiro enquanto se dorme ou toma um café em uma manhã tranquila é o sonho de muitos investidores. Para boa parte deles, esse sonho tem nome e sobrenome: dividendos — a fatia do lucro que as empresas distribuem aos seus acionistas.
A ideia é simples: comprar ações de empresas, receber uma parte dos lucros periodicamente e, ao longo do tempo, transformar isso em um fluxo constante de renda que substitua o salário.
No entanto, transformar esse sonho em realidade exige disciplina, estratégia e paciência. Pensando nisso, confira a seguir dicas de como formar renda passiva com dividendos:
O que são dividendos?
Em primeiro lugar e antes de entender como receber uma renda passiva mensal, é importante entender o que compõe ela. Os dividendos são a participação nos lucros das empresas: ao comprar ações, o investidor se torna sócio de uma companhia e tem direito a receber parte dos lucros que ela decide distribuir.
Essa distribuição pode ser mensal, trimestral ou anual, dependendo da política da empresa.
Empresas consolidadas, especialmente dos setores elétrico, financeiro e de consumo básico, costumam ser campeãs em dividendos. A vantagem? O dinheiro é depositado diretamente na conta do investidor — sem necessidade de vender ativos ou fazer malabarismos financeiros.
Como montar uma carteira para viver de dividendos?
Para Fábio Murad, sócio-diretor da Ipê Investimentos, o primeiro passo é a seleção de boas pagadoras de dividendos, com histórico sólido e lucros consistentes, sempre mantendo uma diversificação setorial.
Além disso, o especialista ressalta a importância da estratégia da “bola de neve”. A ideia consiste em reinvestir os dividendos recebidos em novas cotas, aumentando gradualmente o patrimônio e acelerando o crescimento da renda passiva através dos juros compostos.
Segundo a consultoria Bain & Company, o Brasil é atualmente um dos países com maior potencial de crescimento para estratégias de renda passiva com dividendos, graças ao tamanho do mercado e à atratividade de setores com boa previsibilidade de lucro — como energia e bancos.
Quais setores mais pagam dividendos?
Entre janeiro de 2020 e dezembro de 2024, as empresas brasileiras distribuíram aproximadamente R$ 1,3 trilhão em dividendos. Os setores que mais contribuíram foram:
- Petróleo e gás: R$ 509,8 bilhões
- Finanças e seguros: R$ 234,7 bilhões
- Mineração: R$ 195,6 bilhões
- Energia elétrica: R$ 121,1 bilhões
- Alimentos e bebidas: R$ 60,2 bilhões
Empresas destaques em distribuição de dividendos
Nestes setores, algumas empresas se destacam pela consistência e volume de dividendos pagos:
- Petrobras (PETR4): líder absoluta, a estatal distribuiu R$ 472,9 bilhões aos acionistas no período, refletindo sua eficiência operacional e políticas de preços.
- Itaú Unibanco (ITUB4): em segundo lugar, no setor financeiro, o Itaú destacou-se com pagamentos totais de R$ 27,89 bilhões em 2024, resultando em um dividend yield de 7,8%.
- Vale (VALE3): em terceiro lugar, a gigante da mineração distribuiu R$ 21,93 bilhões em 2024, com um dividend yield de 10,4%.
- Banco do Brasil (BBAS3): o banco estatal pagou R$ 12,52 bilhões em dividendos em 2024, alcançando um dividend yield de 10,8%.
- BB Seguridade (BBSE3): no segmento de seguros, a empresa distribuiu R$ 5,3 bilhões em 2024, com um dividend yield de 7,3%.
Renda passiva com ETFs
Por fim, os ETFs (Exchange Traded Funds) de dividendos representam uma alternativa atraente para investidores que buscam renda passiva sem precisar selecionar ações individualmente. Esses fundos negociados em bolsa reúnem dezenas ou até centenas de empresas pagadoras de dividendos em um único investimento, oferecendo exposição instantânea a diferentes setores da economia.
Para receber dividendos com ETFs, basta adquirir cotas desses fundos, como o DIVO11 (que concentra as principais pagadoras de dividendos do Ibovespa) ou o XPFI11 (focado em bancos e instituições financeiras), e aguardar os pagamentos periódicos depositados automaticamente na conta do investidor.
A principal vantagem dos ETFs de dividendos está na diversificação natural que oferecem, reduzindo significativamente o risco associado a empresas individuais. Além disso, esses fundos proporcionam acesso a um fluxo de renda mais previsível e constante ao longo do ano, já que reúnem empresas com diferentes calendários de pagamento.
Para quem busca construir uma renda passiva sustentável com menos tempo de análise e menor capital inicial, os ETFs de dividendos surgem como uma solução equilibrada entre retorno, segurança e praticidade – um caminho acessível para transformar o sonho da independência financeira em realidade concreta no longo prazo.
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