segunda, 29 de abril de 2024
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Enauta (ENAT3): o que falta para ganhar ainda mais a confiança dos investidores?

Giulia Nicola, analista da Nord Research, observa pouca resiliência em resultados e reticente histórico com a Queiroz Galvão

22 janeiro 2024 - 11h40Por Lucas de Andrade
EnautaEnauta - Crédito: Divulgação

Investir em empresas com exposição ao setor de óleo e gás (OeG) tem sido a principal escolha de muitos investidores, haja vista o patamar de negociação da commodity nos últimos tempos. 

Em 2023, as empresas petrolíferas investiram no aumento de produção, o que deve seguir como uma tendência para os próximos anos, de acordo com Giulia Nicola, analista da Nord Research.

Mas uma dúvida pode surgir na hora de comprar os papéis: escolher as ações de Petrobras (PETR3)(PETR4), Prio (PRIO3), ou outra empresa do setor?

Nesse sentido, as ações de Enauta (ENAT3) podem não ser tão interessantes assim.

“Pela sua pouca resiliência em resultados e pelo seu histórico com a Queiroz Galvão, o mercado tem uma certa dificuldade em confiar na companhia, apesar de mostrar querer virar esse jogo”, comenta a analista.

No terceiro trimestre passado, a companhia anotou um prejuízo líquido de R$ 272 milhões, um EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo em R$ 164 milhões e uma queda de 43,00% na receita líquida. 

“Como a companhia sempre teve a sua produção muito concentrada em poucos ativos, a parada na plataforma Piloto em Atlanta fez com que seus resultados fossem muito comprometidos nesse último trimestre divulgado”, explica Nicola.

No ano passado, a petroleira desembolsou US$ 150 milhões por 23,00% da participação da QatarEnergy no Parque das Conchas, operado pela Shell. O complexo de campos, hoje, possui uma produção média de 35 mil barris de óleo por dia, vindo de três campos diferentes.

Além disso, Enauta também fez a aquisição de dois campos da Petrobras (PETR3)(PETR4), Uruguá e Tambaú, que produziam em média 5,4 mil barris de óleo por dia, por até US$ 35 milhões.

Essas aquisições vêm com o objetivo de aumentar a produção da companhia, ainda pouco significativa quando comparada aos seus pares, de acordo com a analista, que vê no movimento uma jogada arriscada, por ser uma empresa que “ainda não demonstrou merecer a confiança do mercado em suas operações”.

Apesar de negociar a apenas a 2x EBITDA 2024E, pelos riscos, a Nord Research recomenda ficar DE FORA de ENAT3.