quinta, 25 de abril de 2024
Financeiro

Previdência privada estuda regras para melhorar portabilidade entre planos

28 agosto 2019 - 11h22Por Angelo Pavini
O brasileiro ainda tem pouco conhecimento financeiro e previdenciário, o que torna necessário um processo de suitability mais robusto para os processos de portabilidade dos fundos de previdência abertos, os PGBLs e VGBLs. A avaliação é de Walter Malieni Junior, presidente da Brasilprev. “Estamos sempre atentos a isso”, diz. Nos últimos anos, cresceu o número de investidores que trocam de plano de previdência em busca de maiores rentabilidades e menores custos de administração, mas muitas vezes não levam em conta outros aspectos dos planos, como tábuas atuariais ou desempenho de longo prazo dos novos fundos. O assunto, segundo Malieni, está em discussão na Federação Nacional de Previdência Complementar e Vida (FenaPrevi), que reúne as empresas do setor. Segundo ele, é bom que haja um conjunto de novos participantes do mercado, que obriga as grandes casas a serem mais ágeis e próximas dos clientes. “Mas o investidor precisa ter uma noção clara do fundo que está trocando, se é um fundo estável ou novo”, diz.

Ele compara a situação da previdência privada com o processo que levou à criação do critério de Custo Efetivo Total (CET) do crédito nos bancos, que permitiu padronizar as condições entre os bancos e facilitar a comparação do cliente. “Foi uma regra para normalizar a portabilidade do crédito, com todos os elementos que influenciavam os custos, e precisamos agora criar uma fórmula para normalizar a portabilidade da previdência privada”, diz.

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