A criação de novos postos de trabalho em junho nos EUA superou as estimativas dos analistas de mercado e alteram a percepção dos investidores em relação à condução da flexibilização monetária do Fed, segundo números do relatório de emprego - conhecido como Payroll - do Departamento de Trabalho dos EUA divulgados nesta sexta-feira.
Os EUA criaram 224 mil vagas de emprego privado não-agrícola, contra a estimativa de criação de 160 mil vagas em levantamento realizado pela Reuters. Em maio, houve a criação de 75 mil novos postos de trabalho, abaixo dos 100 mil necessários para acompanhar o crescimento da população em idade ativa, além de apresentar um quadro de desaceleração econômica.
O ganho médio por hora trabalhada, no entanto, ficou abaixo do consenso de alta de 0,3% ao subir apenas 0,2% em relação a maio. Na variação anual, os salários cresceram 3,1%, ante expectativa de 3,2%. A taxa de desemprego ficou acima do consenso de 3,6% ao ficar em 3,7% em junho.
O impacto imediato no preço dos ativos revela que os investidores, a princípio, reduz a aposta na flexibilização da política monetária pelo Fed. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro do governo americano rompeu os 2% logo após o anúncio do relatório. Com ganhos de 1,965% antes da publicação, o rendimento das Treasuries de 10 anos saltaram para 2,001 pontos percentuais, alta de 2,35%.
O Payroll também fortaleceu o dólar em relação às principais divisas do mundo. O Índice Dólar, que mede a força da moeda americana em uma cesta com seis divisas, saltou para 97,11, alta de 0,36%. Antes da divulgação do Payroll, o índice estava em 96,77.
Em contraposição, os futuros dos principais índices de Wall Street acentuaram as perdas. Os futuros do Dow Jones perdiam 0,31%, os futuros do S&P 500 caíam 0,40% e o futuro do índice de tecnologia Nasdaq despencavam 0,59%.
