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Oi: estratégia futura aposta em fibra ótica, B2B e atacado; veja balanço

14 agosto 2020 - 15h18Por Investing.com

Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com - Em teleconferência com analistas e imprensa nesta sexta-feira (14), a administração da Oi (SA:OIBR3) destacou, entre outras coisas, mudanças no mix do Capex como estratégia para o próximo semestre e a definição do piso mínimo de R$ 20 bilhões para a venda de seus ativos de infraestrutura.

Em relação ao Capex, que foi maior no segundo trimestre, a empresa já iniciou mudanças, alocando mais investimentos em fibra ótica, B2B e atacado, que marcam a estratégia futura da Oi.

E as escolhas de investimento parecem fazer sentido: foi observado no trimestre um sucesso maior no B2B, em que a receita foi quatro vezes maior do que a esperada. e uma clara melhora na base de clientes de fibra ótica, muito além das expectativas. O objetivo é que, no futuro, a receita do B2B e da fibra ótica substitua toda a receita que corresponde a cobre (voz e banda larga) e TV DTH.

Redução de custos

Outro ponto levantado na conferência é que foram feitos diversos ajustes ao plano estratégico da empresa, no qual inclui a redução de custos.

A empresa destaca que reduziu a Opex em todas as áreas. A redução de custos de manutenção também foi grande, devido à estratégia de migração do cobre para a fibra ótica. Esses esforços serão intensificados, de acordo com a diretoria da tele.

Venda de ativos

Outra alternativa para levantar caixa e tentar sair do plano de recuperação judicial é a venda de ativos. A Oi já havia anunciado a divisão de seus ativos que serão vendidos em UPIs. A novidade é a criação de mais uma, a TV Co, por meio da qual a Oi irá vender suas operações de televisão, incluindo a infraestrutura e os equipamentos DTH, com o objetivo de gerar receita. De acordo com a empresa, não faz sentido continuar investindo nessa área no longo prazo, visto que, além de acreditar que há uma tendência de queda no mercado de maneira geral, a empresa não tem escala. 

Em relação à UPI Infra Co, a Oi informou que tem tido alguns avanços em seu processo competitivo, e que tem recebido propostas não vinculantes de muitos players. Agora, como novidade, a companhia definiu um piso mínimo de R$ 20 bilhões em valor da empresa, de que serão descontadas as dívidas, mas acredita que há potencial de ir muito além desse valor. A empresa informou ainda que pretende concluir a venda até o fim de 2021.

Há por volta de 10 interessados pela divisão de fibra óptica, segundo relatos da imprensa, entre as quais da elétrica italiana Enel (MI:ENEI) e de um consórcio entre o BTG Pactual (SA:BPAC11) e fundos de investimentos.

Balanço

A Oi registrou prejuízo líquido de 3,4 bilhões de reais no segundo trimestre, mais do que dobrando as perdas em relação ao mesmo período de 2019, em resultado pressionado por pagamento de dívida e receitas menores.

O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 15%, para 1,36 bilhão de reais.

Por volta das 15h17, as ações ordinárias recuavam 7,43% a R$ 1,42, enquanto as preferenciais caíam 5,49% a R$ 2,41. O Ibovespa tinha ganhos de 0,84%, aos 101.303 pontos.