sexta, 26 de abril de 2024
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Oi despenca e chega a valer menos de R$ 1; entenda os motivos

16 agosto 2019 - 13h22Por Investing.com
Investing.com - As ações da Oi (SA:OIBR4) estão em seu segundo dia de perdas de dois dígitos. Um dia após despencar 17,93% a R$ 1,19, os papéis da empresa de telecomunicações chegaram a ser negociadas com outro tombo de quase 18% após especulações de que a Anatel - agência reguladora das telecomunicações do país - possa intervir na companhia após o balanço do segundo trimestre apontar um prejuízo bilionário e queima de caixa. As especulações foram divulgadas na edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S.Paulo. As ações da Oi (SA:OIBR4) diminuíram as perdas às 12:17 e eram negociadas a R$ 1,02, baixa de 14,29%. Os papéis despencam mesmo com a Anatel negando planos de intervenção na empresa e a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o governo "vai honrar contratos da Oi" após ser perguntado sobre a situação da empresa. Entenda a situação A empresa teve prejuízo trimestral de R$ 1,559 bilhão, em comparação a um prejuízo de R$ 1,258 bilhão no mesmo período do ano anterior. Analistas esperavam, em média, um prejuízo líquido de R$ 437 milhões, segundo dados Refinitiv. A Oi (SA:OIBR4), que entrou com pedido de falência em junho de 2016 para reestruturar aproximadamente 65 bilhões de reais de dívida, registrou receita líquida de 5,091 bilhões de reais, queda de 8,2% em relação ao ano anterior. A dívida líquida da Oi no final de junho atingiu 12,6 bilhões de reais, 25,5% acima do ano anterior. Os números acima trouxe preocupação a Anatel sobre a viabilidade do futuro da Oi (SA:OIBR4). Segundo O Estado de S.Paulo, autoridades do governo Jair Bolsonaro foram alertadas esta semana de que, caso a empresa não reverta os resultados negativos, a agência reguladora pode intervir na companhia. O objetivo da intervenção seria evitar que regiões do país fique sem serviços de telefonia fixa prestados pela operadora. A entrada da Anatel na Oi (SA:OIBR4) visa a retirada da concessão que permite a empresa oferecer telefonia fixa em todos os Estados do país, exceto São Paulo. O maior problema da Oi, na visão da Anatel de acordo com o jornal, é a queima de caixa, mesmo após a injeção de R$ 4 bilhões de seus acionistas. De um caixa confortável de R$ 7,5 bilhões após a injeção de capital, considerado confortável por técnicos da agência reguladora, foram retirados R$ 3,2 bilhões para custear operações, pagar salários e realizar investimentos, um nível de gastos que projeta temores sobre a viabilidade da empresa de se manter nos próximos anos para Anatel. Com o dinheiro cessando, a Anatel teme que a Oi (SA:OIBR4) não consiga bancar sua operação e provoque um apagão na telefonia fixa no país. A intervenção seria para evitar esse risco e uma eventual intervenção do governo federal, cuja operação não é bem-vista pela equipe econômica dado o quadro fiscal restritivo. O plano da Oi (SA:OIBR4) Executivos da Oi (SA:OIBR4) devem ser chamados em Brasília para falar sobre como planejam manter a empresa de pé, segundo o jornal. Ontem, os executivos abordaram os planos da companhia para os próximos em conferência com investidores. A empresa visa aumentar os recursos disponíveis com venda de ativos. O diretor financeiro CArlos Brandão afirmou que espera anunciar a venda da operadora angolana Unitel até o quarto trimestre deste ano, embora não tenha fornecido detalhes sobre o valor que espera conseguir levantar ou com que grupos a empresa está negociando. Incluindo a Unitel, o valor que a Oi (SA:OIBR4) pretende levantar com venda de ativos entre o final deste ano e o início de 2021 é de R$ 6,5 bilhões a R$ 7,5 bilhõe. Os ativos incluem ainda torres de telecomunicação, operações de central de processamento de dados e imóveis. A Oi (SA:OIBR4) não se manifestou a respeito da possibilidade de intervenção pela Anatel, segundo O Estado de S.Paulo. O que diz o BTG Pactual (SA:BPAC11) sobre o papel O BTG Pactual (SA:BPAC11) distribuiu relatório sobre a Oi a seus clientes nesta quinta-feira, ainda sem a especulação relacionada a possível intervenção pela Anatel. Com o resultado do segundo trimestre em mãos, os analistas não viram grandes surpresas no resultado da Oi (SA:OIBR4 (SA:OIBR4)), com as receitas e Ebtida seguindo pressionados. Mesmo com os números ruins, o banco mantém a recomendação estratégica de compra de olho em uma eventual fusão ou aquisição. A equipe espera que o PLC 79, que traz um marco regulatório para o setor, avance no curto prazo. Além disso, a venda de ativos não essenciais da companhia, como a Unitel, deve favorecer os negócios. A Oi (SA:OIBR4 (SA:OIBR4)) chama atenção para o aumento do prejuízo. Os analistas explicam que houve deterioração nas três linhas de negócios da companhia, com destaque para a queda no segmento residencial, com redução anual de 12% na base de telefonia e de 8% em banda larga. Em mobilidade pessoal e no B2B a piora decorre, principalmente, da redução da tarifa interconexão. A retração no tráfego de voz e o encolhimento da base de clientes pré-pago também pesaram neste trimestre, levando ao decréscimo de 22% no EBITDA de rotina, frente ao mesmo período de 2018. Soma-se a isso a maior despesa financeira e o prejuízo foi 32% maior em um ano, chegando a R$ 1,6 bilhão. *Com Reuters