quinta, 28 de março de 2024
Previdência privada

O que fazer com a sua previdência privada agora?

15 maio 2020 - 16h50Por Carolina Unzelte
Com a situação mais apertada no curto prazo, os investimentos com o horizonte maior são a primeira coisa deixada de lado. Em março passado, por exemplo, os fundos de previdência perderam mais de 2% no patrimônio, além de terem captação negativa de R$ 3 bilhões.  “Esta fuga acontece porque as pessoas estão precisando de dinheiro agora”, explica Ana Paula Oriola De Raeffray, diretora do Instituto Brasileiro de Previdência Complementar e Saúde Complementar. “Mas é um problema, pois o foco da previdência é, claro, o futuro”.  Apesar de ser um movimento comum, o resgate da previdência não é recomendado. “Não podemos nos assustar com um ano ruim”, diz Renato Follador, consultor na área. “Se você aplicar por 30 anos, é natural que tenham crises durante esse período”. Com o resgate, além da impossibilidade de recuperar perdas, você arca com os impostos sobre o rendimento.  Uma alternativa para os momentos de orçamento apertado, como o que passamos agora com a pandemia, é suspender ou diminuir os aportes. “A maioria dos regulamentos permite a suspensão de contribuição por até 90 dias”, lembra Follador. “Se ainda for possível, contribua com o que puder, mas não deixe de o fazer”.  No momento de crise, com os ânimos mais preocupados, também é comum procurar outras opções de planos e gestoras. Mas esta deve ser uma tarefa contínua, explica Geraldo Magela, sócio da Prevue Consultoria. “Temos uma oferta de produtos muito grande no mercado, e ela continua a crescer”, observa. “Se você continua com a mesma contratação há 10 anos, pode estar pagando mais caro e recebendo uma rendimento muito menor”. 

Complementar? Não mais

A previdência privada, antes vista como um complemento à pública, ganhou fôlego com a reforma da previdência. Aprovada no ano passado, ela muda as regras para a aposentadoria, aumentando, por exemplo o mínimo de idade para o benefício. “A previdência oficial está cada vez mais básica”, aponta Ana Paula.  A diferença das duas está principalmente nos juros que rendem sobre os aportes -- enquanto a do INSS rende somente a inflação, a previdência privada traz maior rentabilidade. “Com apenas 10 anos de aplicação na privada, é possível dobrar o salário a ser recebido na aposentadoria”, afirma Follador.