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Moro se defende de denúncia de revista e critica tom da cobertura da imprensa

05 julho 2019 - 13h08Por Investing.com
Alvo de mais uma denúncia nesta sexta-feira, desta vez na matéria de capa da revista Veja em associação com o site The Intercept, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a refutar as informações apresentadas pela reportagem. Além disso, criticou o tom da cobertura sobre a suposta troca de mensagens entre ele e integrantes do Ministério Público publicada pelo The Intercept e que, além de Veja, teve matérias em parceria com o jornal Folha de S.Paulo . “Sempre defendi a liberdade de imprensa, mas está havendo muito sensacionalismo da divulgação destes vazamentos”, comentou, durante a Expert 2019, evento promovido pela XP Investimentos e patrocinado pelo Investing.com. Moro explicou que considera “desagradável” voltar a falar sobre os vazamentos, mas agradeceu a oportunidade de endereçar a denúncia diante de investidores. “Não é questão de parcialidade, é questão de esquizofrenia. A única coisa que pedi é que apresentem todas as mensagens. Tenho absolta convicção da correção que tive na condução do processo”, comentou. “É uma violação da minha privacidade. Pelo menos, tenham a honestidade de disponibilizar a as mensagens antes. Acho eticamente reprovável, mas não sofro ameaça. Analisem os fatos, toda minha ação está lá”, disse, em relação aos autos do processo.

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Medidas contra insegurança jurídica O ministro também abordou questões jurídicas que impactam na economia, defendendo medidas de redução da insegurança jurídica como forma de melhorar o ambiente de negócios e, desta maneira, permitir a atração de mais investimentos ao país. “Queremos reduzir a judicialização de conflitos, sejam eles entre consumidores e empresas, ou entre trabalhadores e empresários. Precisamos de um pouco mais de apego ao combinado e contratado”, declarou. Pacote anticrime Questionado sobre suas expectativas para aprovação do pacote de medidas anticrime apresentado pelo Ministério da Justiça, Moro se mostrou confiante. “Não quero atrapalhar a reforma da Previdência. Porém, precisamos consolidar avanços dos últimos 5 anos no combate à corrupção, não podemos permitir retrocessos.” Com o governo priorizando esforços na reforma da Previdência, Moro ressalta que o pacote por ele apresentado pode avançar em paralelo com a agenda econômica. “Sempre defendi que poderia haver concomitância na tramitação da Previdência e do pacote de segurança pública”, pontuou. O pacote anticrime está em tramitação no Senado e é dividido em três propostas: criminalização do caixa 2 em campanhas eleitorais, realização de julgamentos de crimes relacionados ao processo eleitoral pela Justiça Comum e endurecimento de leis do Código Penal em temas como crimes contra a vida, a corrupção e o crime organizado. Na última quarta-feira, o senador Marcos do Val (Cidadania-ES) apresentou relatório com modificações do projeto original proposto pelo ministro. Reforma Política O ministro ainda citou a perspectiva de uma reforma política mais ampla com o objetivo de reforçar a democracia e combater a corrupção. “O processo criminal não é suficiente e precisamos de reformas mais amplas. Existe um vácuo de reformas, [precisamos de] mudança de posturas políticas e de governo, algo que ainda está num processo de transição”, comentou. “É algo que o governo atual está tentando fazer. Bolsonaro tem tido postura diferente para escolha de altos escalões pelo governo federal”, lembrou. Candidatura à Presidência Já no final de sua participação, Moro foi evasivo quando questionado sobre possíveis pretensões eleitorais. “O candidato do governo em 2022 é o presidente [Jair Bolsonaro]. Não se coloca isso em questão”, afirmou. “Neste momento, minha intenção é atuar 4 anos como ministro e depois sumir por uns 20 anos”, afirmou, arrancando aplausos da plateia.