sábado, 20 de abril de 2024
M Dias Branco

M Dias Branco: ações caem apesar de salto de 97% no lucro do 3º trimestre

09 novembro 2020 - 12h30Por Investing.com

Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com - Após o fechamento do pregão de sexta-feira (6), a M Dias Branco (SA:MDIA3) reportou lucro líquido de R$ 265 milhões, salto de 97,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, puxado pela receita recorde de R$ 2 bilhões. Apesar disso, as ações tinham forte baixa no início da tarde desta segunda-feira (9).

Por volta das 12h25, a ação tinha queda de 4,24%, a R$ 34,78. A performance ia na contramão do Ibovespa, que subia 2,59%, aos 103.543 pontos.

O BTG Pactual afirma que, ainda que a recuperação em volumes seja positiva, a perda de market share sugere que boa parte dessa alta foi impulsionada pelo auxílio emergencial, o que pode ser insustentável. O banco mantém recomendação Neutra, reconhecendo que 2020 marca uma importante recuperação de um fraco 2019. O preço-alvo é de R$ 38 por ação.

Na análise do BB-BI, a tendência positiva para volumes deve permanecer no quarto trimestre, “como resultado não apenas da gradual atividade econômica, mas também pela boa execução da empresa e iniciativas de marketing, que devem auxiliar no ganho de market share”.

O banco aponta, no entanto, que o trigo e o dólar ainda devem pressionar as margens. Em suma, o BB-BI vê um momento desafiador no curto prazo, mas segue otimista, com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 47. O banco destaca o processo de reestruturação, que tem sido bem sucedido, a normalização dos cursos aguardada para o próximo ano e as sinergias da integração da Piraquê.

A Mirae Asset, por sua vez, acredita que o resultado ficou abaixo da expectativa, impactado pelo aumento de preços e dos custos com trigo e óleo, que devem continuar pressionando as margens da empresa. A corretora recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 40,48.

Balanço

O Ebitda subiu 74,4%, para R$ 328 milhões.

A empresa, líder nos mercados de biscoitos e massas no Brasil, ainda registrou recorde no volume produzido, de 875 mil toneladas.

"O consumo continuou forte…Mesmo durante a pandemia, a gente lançou produtos, alavancou o que já havia lançado (recentemente) e tivemos uma boa contribuição destes produtos", disse à Reuters o diretor de Relações com Investidores da M. Dias, Fábio Cefaly.

Ele destacou que a receita atingiu R$ 5,5 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses do ano, alta de 25,9%, impulsionada dentre outros fatores pela rotina de isolamento social contra o novo coronavírus, que fez com que as pessoas passassem a cozinhar mais em casa, consumindo massas, por exemplo.

As recentes máximas nos preços do arroz também foram mais um gatilho para o consumo de massas no último trimestre.

"Podemos, sim, associar o aumento de consumo de massas em detrimento do arroz, porque são produtos substitutos", avaliou o executivo.

O bom momento de consumo permitiu que a companhia ampliasse os investimentos em marketing, disse Cefaly, o que contribuiu para a geração de caixa e redução da alavancagem.

A relação entre dívida líquida e Ebitda caiu para 0,2x no terceiro trimestre, abaixo do 0,4x registrado no trimestre imediatamente anterior e do 0,7x obtido um ano antes.

"Liberamos 138 milhões de reais em capital de giro no acumulado de janeiro a setembro", afirmou o diretor. "Estamos fazendo essa travessia (da pandemia) com o balanço muito sólido, totalmente habilitado para seguir investindo", acrescentou.

Com colaboração da Reuters

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