O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira (29), junto com o balanço do segundo trimestre, um Programa de Desligamento Voluntário (“PDV”) para todas as empresas controladas exclusivamente pelo Itaú Unibanco Holding S.A. no Brasil. O programa se destina a funcionários com mais de 55 anos ou com algum tipo de estabilidade, conforme explicou o presidente do banco, Candido Bracher, em entrevista coletiva.
Ele afirmou que é difícil projetar o resultado do PDV, que teria um público-alvo de 6.900 funcionários. “É mais difícil projetar quantos vão aderir, até porque nosso último PDV foi há 10 anos, então não temos base estatística sobre a taxa de adesão”, afirmou. “Sabemos que o público que pode aderir é de 6,9 mil funcionários, mas quantos vão aceitar, vamos ter de aguardar o período entre 1º e 31 de agosto”, disse. “Mas é um público bastante específico”, destacou.
É o segundo banco que anuncia um programa de desligamento incentivado nesta semana. Ontem, o Banco do Brasil anunciou um programa semelhante voltado para agências em que o número de funcionários for considerado excessivo, ao mesmo tempo em que comunicou que vai transformar 333 agências em postos de serviços.
A redução de pessoal acompanha a diminuição do número de agências, que foi de 212 apenas no segundo trimestre, com o total caindo de 4.934 em março para 4.722 em junho.
Segundo Bracher, o fechamento de agências tem se dado exclusivamente em função da necessidade dos clientes e do processo de digitalização dos serviços prestados pelo banco. “Com o avanço da digitalização, abrimos mais de 1 milhão contas no APP do banco, já fazemos reconhecimento facial do cliente, fechamos operações de câmbio pelo celular, e isso tudo tem reduzido a busca dos clientes pelas agências”, explica. Há ainda várias agências próximas umas das outras, reflexo das fusões e aquisições que o Itaú fez nos últimos anos. “E onde temos agências próximas em que uma pode atender a demanda das demais, há possibilidade de redução”, afirmou. Ele diz que não há uma projeção de fechamento de agências, “mas devemos continuar fechando no segundo semestre, em um número que não será maior que o do primeiro semestre”, afirmou.
O banco diz que o PDV busca “dar a oportunidade de uma transição de carreira segura para quem tem interesse em deixar a empresa e para adequar suas estruturas à realidade do mercado”, beneficiando colaboradores que se enquadram em alguns pré-requisitos.
Quem aderir ao PDV terá duas opções de pacotes de benefícios: 1) pagamento de 0,5 salário por ano trabalhado (limitado a 6 salários) e manutenção do plano de saúde por 60 meses; ou 2) pagamento de 0,5 salário por ano trabalhado (limitado a 10 salários) e manutenção do plano de saúde por 24 meses.
Ambos os pacotes possuem outros benefícios, tais como participação nos lucros e resultados e pagamento de todas as verbas rescisórias legais.
O banco diz que vai divulgar após o período de adesão os impactos financeiros e os números de funcionários que aceitaram sair. E afirma que o PDV “não afetará a qualidade e a disponibilidade de seus serviços aos seus clientes”.
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