sexta, 29 de março de 2024
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Dados de emprego trazem notícias positivas e negativas

Enquanto a renda e o trabalho formal aumentaram, a queda na taxa de desemprego diminuiu seu ritmo

29 novembro 2019 - 16h38Por Tiago Tristão

▪ A taxa de desemprego em outubro foi de 11,6%. O desemprego ficou 0,2 ponto percentual abaixo do mesmo período do ano anterior. O Resultado indica uma recuperação do emprego mais lenta em relação ao primeiro semestre. ▪ O emprego no setor privado com carteira assinada (ex-domésticos) subiu para 33,2 milhões (131 mil empregos a mais em relação a setembro). Houve criação de 343 mil empregos com carteira assinada nos últimos doze meses. ▪ A taxa de desemprego deve ficar em torno de 11,3% no trimestre encerrado em dezembro de 2019. Esperamos que ela volte a apresentar diferenças anuais ao redor de -0,4 – 0,5 ponto percentual ao longo de 2020. Evolução Recente da PNADC A taxa de desemprego diminuiu o ritmo de queda nos últimos três meses. Desde agosto o levantamento da PnadC apresenta um diferencial anual do desemprego bem abaixo do que vimos entre janeiro e julho. Entre agosto-outubro esse diferencial foi de -0,17 ponto percentual, em média, contra -0.35% entre janeiro-julho. É verdade que a taxa de participação tem crescido cerca de 1,5% na comparação interanual (tudo mais constante, implica em maior taxa de desemprego), porém o crescimento da população ocupada diminuiu nos últimos 3 meses: de 1,97% entre janeiro-julho para 1,72% entre agosto-outubro. Portanto, esse menor ritmo de queda na taxa de desemprego é explicado tanto pela elevada taxa de participação quanto pela diminuição no crescimento da criação de emprego. Apesar da diminuição no ritmo de queda na taxa de desemprego nos últimos três meses, a PnadC de outubro trouxe dois destaques positivos. Em primeiro lugar, houve uma melhora na situação do emprego formal. Os dados do Caged vêm apresentando melhora significativa no emprego formal e o resultado de outubro da PnadC vai na mesma direção. Segundo o IBGE, houve a criação de 343 mil empregos formais nos últimos 12 meses, contra 166 mil estimados em setembro. O segundo ponto positivo foi o comportamento do rendimento vinculado ao trabalho. Houve um crescimento real de 0,8% no rendimento do trabalho em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse crescimento do rendimento real, junto com o crescimento da população ocupada, resultou em um aumento de 2,6% na massa de rendimentos real. Isso significará maior consumo ao longo do último trimestre.