quarta, 24 de abril de 2024
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Ausência de estados na nova Previdência reduziria economia, diz Maia

05 julho 2019 - 20h08Por Investing.com
Diante do impasse com governadores estaduais contrários à reforma da Previdência, a proposta em tramitação na Câmara deverá garantir a economia de R$ 950 bilhões em dez anos, estima o presidente da Casa, Rodrigo Maia. “É mais do que o dobro em relação ao que era possível no governo Temer”, disse o parlamentar fluminense durante a Expert XP 2019, evento realizado pela XP Investimentos e com patrocínio do Investing.com. A ausência dos regimes estaduais na reforma, citou Maia, não é o maior dos problemas, ainda que fosse um elemento adicional para compor a economia com a reforma. “Os estados podem fazer suas reformas, nossa preocupação real é com os municípios. Enquanto todos os governadores não se manifestarem publicamente, junto com seus deputados, é difícil construir um consenso.” Para Maia, há uma resistência maior à reforma por parte dos governadores do Nordeste. “Não sou otimista, temos estados do Nordeste governados por partidos de centro-esquerda e o compromisso com o Brasil é no Congresso, não no Executivo – que tem lado. Tenho impressão que alguns governadores não apoiam [a reforma da Previdência] por ser um texto apresentado pelo presidente Bolsonaro”, comentou. Já em relação à recente pressão de Bolsonaro em favor da exclusão de policiais federais na reforma da Previdência, Maia contemporizou. “Bolsonaro já encaminhou a reforma e sabemos que ele sempre votou contra. Foi um grande passo. Agora, ele precisa dar um segundo passo e entender que ele é presidente de todos os brasileiros, não apenas dos policiais federais”, afirmou Maia, recebendo aplausos da plateia. Logo na sequência, o presidente da Câmara pediu “coragem” para encarar a agenda de desestatização. “Não tivemos a coragem de encarar as privatizações mais importantes. Correio, Eletrobras (SA:ELET3), Caixa, Banco do Brasil (SA:BBAS3), Petrobras (SA:PETR4). Precisamos nos perguntar para que eles servem. As principais empresas públicas não estão na agenda de privatização do governo”, ressaltou Maia. “Se não encarar este debate, não avançamos.” O deputado afirmou ainda sentir falta de um olhar do governo em relação a uma reforma do Estado. “Precisamos reduzir as despesas públicas, não apenas as previdenciárias. Hoje, um funcionário público tem estabilidade e salário maior do que a iniciativa privada. Há vários pontos que precisam ser enfrentados”, disse Maia.