quinta, 25 de abril de 2024
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Engie conclui compra de fatia restante da TAG da Petrobras; ações recuam

21 julho 2020 - 14h40Por Investing.com

Por Gabriel Codas, da Investing.com - Com a aquisição da fatia acionária remanescente de 10% da Petrobras (SA:PETR4) na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), em um lance conjunto com a Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ) de cerca de R$ 1 bilhão, as ações da Engie Brasil operam com leve queda nesta terça-feira, indo na contramão da alta do Ibovespa hoje. Por volta das 14h32, os papéis tinham perdas de 1,21% a R$ 43,95. O Ibovespa caía 0,19% a 104.225 pontos. A Petrobras detalhou que o valor inicial da transação era de 1,1 bilhão de reais. Apesar disso, foi considerado um desconto de 110 milhões de reais já recebidos em junho a título de dividendos e os demais ajustes previstos em contrato. Desta forma, a transação foi concluída pelo valor de 1 bilhão reais, integralmente quitado nesta segunda-feira, disse a Petrobras em fato relevante. Com essa aquisição, a participação acionária total da Engie na TAG aumenta para 65%. 32,5% pertencem à Engie Brasil Energia (SA:EGIE3), enquanto a CDPQ detém os demais 35%. A compra foi realizada de maneira proporcional aos acionistas da TAG, sendo 3,25% adquiridos pela Engie, 3,25% pela GDF International, uma subsidiária da Engie, e 3,5% pela CDPQ. A nova aquisição dá sequência a um negócio anterior, realizado pelas mesmas companhias em junho de 2019. No entanto, a Petrobras destacou que ao comparar o valor desta operação com o valor da alienação de 90% da TAG ocorrida no ano passado, é necessário considerar que a dívida da TAG aumentou de 2 bilhões para 23 bilhões de reais.

Visão dos analistas

Para a XP Investimentos, embora a aquisição da participação remanescente na TAG fosse esperada pelo mercado (dado que era improvável que a oferta de uma participação minoritária na TAG atraísse acionistas diferentes dos atuais), a avaliação é positiva do impacto econômico para a EGIE3. Os analistas estimam uma taxa de retorno real alavancada de 10,5% para a aquisição. Consideramos isso muito atrativo em um ambiente de juros baixos como o atual. Isso fica claro ao comparar ao atual patamar da NTN-B, por exemplo de 3,6% real para um ativo com a mesma duração de fluxos de caixa. Além disso, a participação adicional na TAG reforça ainda mais a presença da Engie Brasil no segmento de gás natural. Dito isso, a corretora segue com recomendação Neutra na Engie Brasil com preço-alvo de R$40/ação por acreditar que as ações estão razoavelmente precificadas. O BTG Pactual (SA:BPAC11) destaca que a compra da participação restante era amplamente esperada e que a avaliação não se desviava muito do preço original. No entanto, reitera a classificação Neutra na Engie, pois vê o nome sendo negociado com uma TIR real implícita sem atrativos de 5,4%.

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A TAG possui a mais extensa malha de transporte de gás natural do Brasil, com uma infraestrutura de gasodutos de aproximadamente 4.500 km, localizada ao longo de parte do litoral Sudeste e do litoral Nordeste do país, além de um trecho que liga Urucu a Manaus (AM), na região Norte. A rede possui, ainda, 11 estações de compressão de gás, 14 pontos de recebimento e 90 pontos de entrega. Além disso, de acordo com a Engie, conta com potencial para novos desenvolvimentos. Expansão da rede, novas conexões de agentes, projetos de armazenagem de gás e transporte de biogás, por exemplo. “A aquisição dos 10% remanescentes da TAG demonstra nossa confiança no Brasil. Ela está alinhada com nossas metas estratégicas. São elas: de crescimento em renováveis, ativos de infraestrutura e soluções para cidades, empresas e territórios”, acrescentou o CEO da Engie Brasil, Mauricio Bähr.