terça, 23 de abril de 2024

Destaques: balanço das Big Techs e decisão do BCE

29 outubro 2020 - 09h29Por Investing.com

Por Geoffrey Smith - Investing.com - Balanços de Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) e Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34). Os EUA publicarão dados do PIB do terceiro trimestre, que devem quebrar recordes, mas não indicarão que a atividade econômica esteja de volta ao que estava antes da pandemia.

Os pedidos iniciais de seguro-desemprego semanais darão uma visão mais atualizada do estado da economia. O Banco Central Europeu se reúne um dia depois que a França e a Alemanha endureceram suas medidas de saúde pública para deter o coronavírus, e os bancos centrais tornaram-se vendedores líquidos de ouro pela primeira vez em uma década no terceiro trimestre.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 29 de outubro.

1. Balanços das grandes empresas de tecnologia

É a temporada de pico dos balanços, com Apple, Amazon, Facebook e Alphabet reportando após o fechamento. Os balanços voltam a ocorrer apenas um dia depois de alguns de seus CEOs estarem no Congresso, o que os poupa do constrangimento de ter que defender seus lucros monopolistas em um momento de dificuldades generalizadas em toda a economia.

A liquidação das ações da Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) após superar as expectativas na noite de terça-feira gerou alguma cautela entre os analistas, em meio a sinais de que os investidores estão começando a se preocupar com avaliações altíssimas aos grandes nomes de tecnologia, que foram vistos por muitos como um refúgio seguro em relação a outras ações e ativos do mercado este ano.

Podem ser interessantes para a Apple as notícias de madrugada de que a rival Samsung (KS:005930) registrou seu maior lucro em 18 meses, graças à recuperação nas vendas de smartphones e à forte demanda por chips de memória. A empresa também está se posicionando para substituir a Huawei em partes do negócio de redes sem fio.

2. PIB do terceiro trimestre, pedidos iniciais de seguro-desemprego

Os EUA divulgarão os valores do Produto Interno Bruto para o terceiro trimestre às 9h30, junto com o relatório semanal de pedidos iniciais de seguro-desemprego.

Dos dois, não há dúvida de qual é o mais importante no que se refere à atual dinâmica da economia: os números semanais de seguro-desemprego estão muito mais atualizados e têm um impacto mais direto no sentimento do consumidor e do eleitor com menos de uma semana para acontecer as eleições.

No entanto, são os números do PIB que provavelmente chamarão mais atenção, apenas por causa dos números exagerados gerados pela anualização dos números. Os analistas esperam um aumento anualizado de 31% que, embora sem precedentes em termos superficiais, ainda não trará o PIB real de volta ao seu nível pré-pandêmico.

Se alguém ainda tiver atenção de sobra depois disso, os dados pendentes de vendas de casas devem ser entregues às 11h00.

3. Ações devem abrir mistas; as atualizações da velha economia limitam perdas

As ações dos EUA devem abrir mistas após seu pior dia em quatro meses na quarta-feira, com perdas limitadas por algumas atualizações corporativas tranquilizadoras durante a noite, mas ainda ofuscadas pela disseminação do vírus Covid-19 nos EUA e na Europa.

Às 8h58, os futuros de Dow 30 caíam 100,5 pontos, ou 0,39%, enquanto os futuros de S&P 500 recuavam 0,18% e os futuros de Nasdaq subiam 0,16% .

Antes do festival de balanços das Bigs Techs após o fechamento do mercado, há muitas atualizações para chamar a atenção: a Comcast (NASDAQ:CMCSA) (SA:CMCS34) superou as expectativas graças em parte a uma forte estreia de seu serviço de streaming Peacock, enquanto a Anheuser Busch (NYSE:BUD) (SA:ABUD34) subiu 3,2% na Europa após relatar fortes vendas nos EUA e no Brasil que ofuscaram um corte de dividendos. Enquanto isso, a Royal Dutch Shell (NYSE:RDSb) aumentou seus dividendos, apenas seis meses após um corte que marcou época.

Shopify (NYSE:SHOP) e Kraft Heinz (NASDAQ:KHC) (SA:KHCB34) também relataram vendas mais fortes do que o esperado para o trimestre, enquanto o negócio da Tiffany (NYSE:TIF) (SA:TIFF34) com a LVMH (PA:LVMH) será levado adiante após os dois lados concordarem em um corte modesto no preço de oferta da LVMH.

4. BCE deve se reunir quando BoJ reduzir previsão de crescimento

O Banco Central Europeu se reúne em Frankfurt, com a grande questão sendo se reagirá imediatamente ao aumento das restrições à vida econômica e social na Alemanha e na França, anunciado na quarta-feira.

O consenso ainda é que o BCE esperará até dezembro para anunciar quaisquer novos movimentos. Mas para manter os mercados felizes, Christine Lagarde pode sinalizar um aumento nas compras de títulos por meio do Programa de Compra de Emergência Pandêmica de 1,35 trilhão de euros (US$ 1,5 trilhão) em sua coletiva de imprensa, que começa às 10h30.

Durante a noite, o Banco do Japão não fez nenhuma alteração em sua política monetária, mas disse que a economia japonesa encolherá 5,5% no ano até março, mais do que a contração de 4,7% que havia previsto anteriormente.

5. Os bancos centrais vendem ouro pela primeira vez em uma década

Os bancos centrais foram os vendedores líquidos de ouro no terceiro trimestre pela primeira vez em mais de uma década, lucrando com os preços altos recorde criados pela demanda dos investidores por proteção contra riscos de pandemia.

De acordo com o World Gold Council, os bancos centrais da Turquia e do Uzbequistão - que enfrentam intensos desafios de balança de pagamentos - foram os que mais venderam.

Os bancos centrais alimentaram a alta do ouro entre 2014 e 2018, reforçando suas reservas à medida que a confiança na economia mundial fez com que a recuperação anterior do ouro se desenrolasse. O outro principal pilar da demanda por ouro físico, dos compradores de joias na China e na Índia, também se enfraqueceu acentuadamente nos últimos meses, com a alta dos preços, disse o WGC. A demanda indiana por joias, em particular, caiu cerca de 50%.