sexta, 19 de abril de 2024
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Cogna: BB-BI corta recomendação para Neutra e reduz o preço-alvo

24 agosto 2020 - 16h01Por Investing.com

Investing.com - Na visão do BB-BI, os resultados da Cogna (SA:COGN3) no segundo trimestre ficaram abaixo do esperado devido aos impactos da pandemia de Covid-19, principalmente sobre o ensino superior na modalidade presencial. Considerando então as mudanças de cenário para companhia, o banco revisou seu preço-alvo de R$ 8 para R$ 7 por ação e rebaixou a recomendação para Neutra.

Às 15h55 (horário de Brasília), as ações da Cogna eram negociadas a R$ 6,42, em baixa de 2,13%. O Ibovespa subia 0,57%, aos 102.099 pontos.

Resultados do 2º trimestre de 2020

A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 454,8 milhões, puxado sobretudo pela queda na receita e nos resultados operacionais de Kroton, Vasta e Outros Negócios. Em Kroton, as perdas vieram principalmente da alta nas provisões para crédito de liquidação duvidosa, o que impactou o Ebitda da empresa. Na Vasta, a pandemia causou uma maior evasão de alunos. Finalmente, em Outros Negócios, os principais motivos de baixa foram a pandemia e a sazonalidade de receitas do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático).

De maneira geral, os principais responsáveis pelos resultados negativos da empresa, na visão do BB-BI, foram a queda da receita no ensino superior, uma maior evasão dos alunos do ensino infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental e a sazonalidade de receitas do PNLD. 

Além disso, a receita líquida teve queda de 21,3% em relação ao mesmo período de 2019, fixando-se em R$ 1,4 bilhão, e o Ebitda foi negativo em R$ 139,5 milhões.

Durante o trimestre, a Cogna relatou ter visto um crescimento da adesão ao ensino à distância, motivado pela pandemia, mas que, segundo a empresa, corresponde a uma mudança estrutural. Sendo assim, a Cogna anunciou o início de um processo de reestruturação da Kroton, seu braço de ensino superior, que o BB-BI vê como muito positivo.

As principais medidas já anunciadas pela empresa serão a redução de tamanho dos campi de graduação presencial, a renegociação de contratos e a migração do portfólio para cursos mais premium. Com isso, a Cogna pretende tornar a Kroton mais rentável, com maior geração de caixa e menor exigência de capital. Ainda que positiva, essa reestruturação deve trazer custos de curto prazo, segundo o banco.

Outro ponto de potencial positivo, na visão do banco, é o potencial de crescimento da Vasta, que concluiu em julho seu IPO na bolsa de valores dos Estados Unidos.

As estimativas do banco para a empresa são de receita líquida de R$ 5,9 bilhões e R$ 6,3 bilhões em 2020 e 2021, respectivamente, e R$ 1,4 bilhão e R$ 1,9 bilhão de Ebitda nos mesmos períodos.

Reestruturação

A edição de hoje do Valor Econômico informa que a Cogna vai reduzir de 59 para 15 a oferta de cursos presenciais. Segundo o jornal, vão permanecer aqueles com mensalidade de maior valor, como medicina, odontologia, veterinária e direito. O restante será oferecido na modalidade de ensino à distância. Além disso, o CEO da companhia, Rodrigo Galindo, diz que a Cogna pretende fechar e integrar unidades de suas unidades de ensino superior, reposicionar marcas e reavaliar portfólio de cursos.

A reestruturação será iniciado este ano e a meta é ser concluído no ano que vem. A companhia informa que os estudantes matriculados na modalidade presencial vão poder se formar nela, mas a partir de 2021 o processo seletivo terá maior oferta na modalidade ensino à distância.