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Carrefour é investigada por corrupção, mas mantém alta na bolsa

28 maio 2020 - 13h48Por Investing.com
Por Gabriel Codas Investing.com - No começo da tarde desta quinta-feira as ações do Carrefour (SA:CRFB3) são negociadas com valorização, mesmo com a notícia de que a cidade de São Paulo abriu um processo administrativo contra a unidade de atacarejo por um suposto esquema de corrupção. As informações foram publicadas na publicação no Diário Oficial da cidade de hoje, em um processo que pode levar a uma multa de até 20% do faturamento bruto do grupo em 2019. Assim, por volta das 12h40, os papéis operam com ganhos de 0,92% a R$ 18,64. O caso está relacionado a uma denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo, que revelou pagamentos somando cerca de 1,5 milhão de reais a fiscais da prefeitura para operar a sede administrativa do Atacadão e uma loja contígua da bandeira em São Paulo sem alvará de funcionamento. O Carrefour Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Em março, promotores do Grupo Especial de Delitos Econômicos (GEDEC) liderados por Roberto Bodini apresentaram uma denúncia de corrupção ativa contra Carlos Augusto Monteiro Barros, Sergio Garcia Martins, Marco Aurelio Natale Da Silva e John Kenedy Oliveira, citados no processo como representantes do Atacadão. O novo inquérito administrativo aberto pela Controladoria Geral do Município de São Paulo tem prazo inicial de 180 dias, prorrogáveis por igual período. Se o Atacadão for responsabilizado, a empresa deverá pagar uma multa que pode variar de 0,1% a 20% de sua receita bruta do exercício anterior à instauração do processo. A subsidiária local do grupo supermercadista francês Carrefour teve receita bruta de 62,22 bilhões de reais em 2019, dos quais 42,05 bilhões de reais vieram do Atacadão. Não estava imediatamente claro se a multa é calculada com base nos números consolidados ou nos resultados somente do Atacadão. “Verificamos que pelo menos desde 2007, quando Carrefour comprou o Atacadão, o prédio da sede administrativa na Vila Maria e a loja contígua à matriz não tinham alvará de funcionamento”, disse o promotor público Roberto Bodini à Reuters em entrevista, acrescentando que a licença só foi obtida em 2015. “Pode ser que tenha havido pagamento de volumes maiores, em dinheiro, que não conseguimos detectar... Os 1,5 milhão de reais foram pagos por meio de nota fiscal emitida por empresa laranja”, explicou Bodini.