quinta, 28 de março de 2024
c&a balanço

C&A registra prejuízo de R$ 55,4 milhões no 4º trimestre

28 maio 2020 - 13h38Por Investing.com
Por Gabriel Codas Investing.com - Na parte da manhã desta quinta-feira na bolsa paulista, as ações da C&A (SA:CEAB3) operavam com importante valorização, indo na contramão do Ibovespa hoje. A companhia reportou, ontem após o fechamento do mercado, prejuízo líquido de R$ 55,4 milhões nos três primeiros meses do ano, revertendo assim o lucro de R$ 751,4 milhões registradas no mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado pela pandemia do coronavírus, que levou ao fechamento de lojas. No entanto, a varejista teve aceleração das vendas no período pré-venda sustenta e margem bruta veio melhor do que esperado. No período, as receitas da varejista de moda caíram 6,1% para um total de R$ 977 milhões, com a receita do segmento de vestuário caindo 7%, para R$ 713,7 milhões, e a divisão de “fashiontronics” registrando queda de 10,2%, a R$ 192 milhões. Já as vendas no conceito “mesmas lojas”, que consideram os resultados de unidades em funcionamento há mais de 12 meses, caíram 9,7%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 89,4%, para R$ 78,2 milhões, com o fechamento das lojas durante março, reduzindo as vendas. Em termos ajustados, o Ebitda caiu 20%, para R$ 91,1 milhões, com a margem recuando em 1,6 ponto percentual (p.p.), para 9,3%

Visão dos analistas

Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), embora os números operacionais tenham chegado conforme o esperado, sinaliza que a C&A deve enfrentar uma perspectiva desafiadora de curto devido à COVID-19 no Brasil (com o fechamento de lojas apenas parcialmente compensado pela maior participação do comércio eletrônico no total de vendas), o que impede uma nova classificação apesar de a avaliação com desconto versus mediana dos varejistas (19x P/E 2021 vs. 23x para o setor). No plano estrutural, embora os analistas não possam ignorar os riscos de execução, a aceleração das aberturas de lojas nos próximos anos, a implementação do Push&Pull, bem como a crescente penetração do comércio eletrônico, podem ajudar a empresa a melhorar suas perspectivas de crescimento e margem. A XP Investimentos espera uma reação neutra ao anúncio. Para os analistas, apesar dos números fracos, conforme esperado, o resultado veio relativamente em linha com as expectativas e com o consenso de mercado. De qualquer maneira, eles enxergam alguns pontos positivos nos resultados. Dentre eles, o progresso importante que a companhia fez em relação ao canal digital, e a aceleração de vendas no período pré-COVID. A corretora destaca que a C&A está capitalizada para suportar a queima de caixa durante o período mais crítico, tendo terminado o trimestre com R$ 280 milhões em caixa (líquido), e levantado R$ 850 milhões ao longo do 2T20 a taxas extremamente competitivas (na média CDI + 2%). Dessa forma, mantemos a recomendação segue de Compra para as ações de C&A (CEAB3 (SA:CEAB3)) e preço-alvo de R$15,00 para o final de 2020.

Balanço

A companhia informou ainda que os ganhos com serviços financeiros cresceram 23,4%, a R$ 68,2 milhões, decorrente principalmente da venda de carteira de crédito por parte do parceiro. Excluindo o efeito desta venda, a receita teria sido de R$ 48,4 milhões, representando uma redução de 12,5%. Já as despesas operacionais atingiram R$ 526,3 milhões, diante dos R$ 109,4 milhões apurados no primeiro trimestre de 2019. A C&A apurou ainda uma despesa financeira líquida de R$ 39 milhões, ante a receita de R$ 528,2 milhões do ano anterior.