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BTG, UBS: Com números operacionais do 2T, Petrobras “volta ao nível pré-crise”

22 julho 2020 - 15h41Por Investing.com

Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com - Após a divulgação dos números operacionais melhores do que os previstos para o 2T20 da Petrobras, o BTG Pactual (SA:BPAC11) e a UBS veem a empresa de volta no patamar pré-Covid, mesmo com queda de produção e de vendas. Assim, ambos mantêm a recomendação de Compra. BTG fixa preço-alvo de US$ 10,00 para as ADRs da companhia negociadas em Nova York. Por sua vez, o UBS prevê US$ 11,5 para os mesmos papéis e R$ 26 para PETR4.

Tanto o BTG quanto o UBS apontam os mesmos principais motivos de suas posições. Eles são: a recuperação nos preços do Brent e a retomada do programa de venda de ativos. Isso é capaz de arrecadar entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões na estimativa do UBS. Além disso, sinaliza a retomada dos projetos de desalavancagem e diminuição de risco.

Às 14h31, as ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) em Nova York eram negociadas com alta de 0,98% a US$ 9,26, enquanto os papéis preferenciais da companhia listadas na B3 (PETR4) operavam em queda de 0,94% a R$ 23,15.

Produção

A produção de petróleo e gás natural foi de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), em linha com as estimativas revisadas do BTG e 2,4% abaixo dos números previstos pelo UBS, e em queda de 3,7% contra o 1T20, o que, na perspectiva do banco, não é ruim se consideradas as interrupções temporárias de produção em resposta à pandemia de coronavírus e à queda na demanda. A produção de petróleo no Brasil recuou 3,2% no trimestre, para 2,245 milhões de barris ao dia.

A companhia manteve sua meta de produção para o ano de 2,7 milhões de boed, com variação de 2,5% para cima ou para baixo.

Outros pontos positivos foram o mix de produção ainda positivo, com o pré-sal correspondendo a 66% da produção de petróleo; e a taxa média de utilização da capacidade, de 70% (78% em junho), contra previsão de 60% da UBS.

As vendas domésticas caíram 15% por causa da demanda menor, mas a PBR conseguiu compensar isso parcialmente por um aumento de 59% nas exportações.

Balanço

Para o balanço da Petrobras, esperado para 30 de julho, o BTG prevê que “será muito difícil fugir do óbvio”, mesmo com os números operacionais sólidos, com o Brent 33% mais barato do que no primeiro trimestre e 51% abaixo do valor do 2T19 devendo causar uma forte queda nas margens. O já mencionado mix de produção, assim como a fraqueza do real, podem ajudar a compensar. As expectativas do BTG são de vendas líquidas de R$ 55,4 bilhões, Ebitda ajustado de R$ 22,9 bilhões (-38% a/a) e prejuízo líquido de R$ 9,1 bilhão.

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