quinta, 28 de março de 2024
B2W Lojas Americanas

B2W e Lojas Americanas lideram perdas do Ibovespa após divulgação de balanços

14 agosto 2020 - 10h58Por Investing.com

Por Gabriel Codas - Investing.com - Nos primeiros negócios da manhã desta sexta-feira, as ações da B2W e a Lojas Americanas (SA:LAME4) lideram as perdas do Ibovespa na B3. As duas companhias divulgaram ontem, após fechamento do mercado, os números do segundo trimestre do ano.

A B2W teve queda no prejuízo do segundo trimestre, período em que o grupo de comércio eletrônico controlado pela Lojas Americanas teve salto de mais de 70% nas vendas de seu marketplace. A B2W anunciou prejuízo de R$ 74,6 milhões no período, ante resultado também negativo de R$ 127,6 milhões um ano antes.

O resultado foi pior que a previsão do mercado. A pesquisa Refinitiv com analistas previa prejuízo de R$ 63 milhões de reais.

Por volta das 10h33, os papéis da B2W caíam 4,34% a R$ 116,69, se alternando na liderança das baixas do Ibovespa com os papéis de sua controladora, que perdiam 4,31% a R$ 33,76.

Já a Lojas Americanas registrou um prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$ 7,1 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 112,7 milhões do mesmo período em 2019.

Em relação ao Ebitda da B2W, ele veio acima da expectativa do mercado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado foi de R$ 184,7 milhões de abril ao fim de junho, enquanto a previsão dos analistas era de R$ 165,7 milhões de acordo consulta da Refinitiv junto a analistas do setor.

O desempenho representa um crescimento de quase 68% sobre o resultado de um ano antes, enquanto a margem teve ligeira evolução de 7,5% no segundo trimestre de 2019 para 7,6%.

Visão dos analistas

A XP Investimentos avalia que a Lojas Americanas e B2W reportaram fortes resultados referentes ao segundo trimestre de 2020 (2T20). As vendas do Universo Americanas (faturamento combinado da Lojas Americanas e da B2W) apresentaram um aumento de +25% na comparação anual (vs. +17% no 1T20), com desempenho especialmente forte na operação digital (B2W).

A equipe espera uma reação positiva aos anúncios, com os números reportados acima das expectativas. Os principais destaques foram o avanço da integração entre as operações de varejo físico e digital, a aceleração importante das vendas e da base de usuários no canal digital, e a melhora contínua na dinâmica de capital de giro.

Os analistas mantiveram a nossa recomendação de Compra para as ações da Lojas Americanas (LAME4), com preço-alvo de R$44,0 ao final de 2020 e Neutra para B2W, com preço-alvo de R$135,0 ao final de 2020.

O Banco do Brasil Investimentos aponta que o resultado referente ao 2T20 da B2W Digital (SA:BTOW3) foi positivo A companhia, um player puramente digital, apresentou forte crescimento de vendas apoiado nas diversas inciativas implementadas com vistas a melhorar a experiência do cliente, além de um cenário social que compeliu o consumidor a se voltar ao canal de vendas digital.

Apesar de analistas esperassem que o aumento das vendas se traduzisse em maior alavancagem operacional, o resultado líquido superou as projeções, favorecido pelo incremento na geração de caixa e consequente redução das despesas financeiras. Até incorporar os resultados do 2T20 ao valuation, é mantido o preço-alvo 20e de R$ 123,00 e recomendação de Compra.

Já para Lojas Americanas, a avaliação do BB-BI, é que o resultado foi neutro. Apesar da operação física (resultado da controladora) ter apresentado uma queda acentuada de receita com consequente perda de alavancagem operacional, essa queda veio em linha com as expectativas.

Além disso, o resultado da operação digital foi mais do que o suficiente para entregar crescimento de receita em um trimestre bastante desafiador, o que demonstra a resiliência do universo Americanas. Dado o exposto, o banco mantém o preço-alvo 20E em R$ 41,10, com manutenção da recomendação de Compra.

Balanço Americanas

A receita líquida das Americanas cresceu 5,9% no período, para R$ 4,67 bilhões, com a queda nas vendas nas lojas físicas, afetadas pela pandemia de covid-19, sendo compensadas pelo crescimento nas vendas nas plataformas digitais.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 741,9 mi, queda de 10,8%.

Balanço B2W

As vendas do marketplace da empresa dona de sites como Americanas.com e Submarino somaram 6,7 bilhões de reais de abril a julho, alta anual de 72,2%, impulsionada pela migração do varejo físico para o online por conta das medidas de isolamento social contra a epidemia de coronavírus.

A B2W terminou junho com uma base de 19,3 milhões de clientes ativos, uma adição em 12 meses de 5,1 milhões.

A companhia afirmou no resultado que apesar da reabertura gradual do varejo físico pelo país, as vendas de julho e início de agosto “seguem em ritmo acelerado”. O desempenho, segundo o balanço, tem incentivado o grupo a acelerar seus planos, que incluem meta de atingir mais de 50% das entregas de produtos no mesmo dia do pedido do cliente até 2022. No segundo trimestre, o índice foi de mais de 30%, disse a companhia.