Análise Levante: perda de slots complica situação da Avianca
25 junho 2019 - 11h41Por Redação SpaceMoney
Por Eduardo Guimarães*
O único fato que poderia causar algum tipo de alento para a Avianca era o leilão dos direitos de pousos e decolagens, os slots, nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont. Mas, ao que tudo indica, até o dia do leilão, que está marcado para o dia 10 de julho, a companhia não deve ter mais nenhum desses slots. Isso porque a Avianca tem descumprido uma série de regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
E Eu Com Isso?
O fato complica ainda mais a situação da Avianca, que segue em Recuperação Judicial (RJ) e tentava fazer uma liquidação um pouco mais organizada. Os slots são os ativos de maior valor da companhia. A grande disputa agora fica por conta dos slots deixados pela Avianca que não serão mais leiloados e, sim, redistribuídos. A regra atual manda que os slots sejam redistribuídos da seguinte forma: 50 por cento para companhias que ainda não operam no aeroporto e os outros 50 por cento para as companhias que já operam no aeroporto de forma
igual.
O aeroporto mais disputado é o de Congonhas, na cidade de São Paulo, e onde as principais empresas que já operam no aeroporto podem sair perdendo. Afinal, no leilão, elas teriam mais capital para arrematar. Dessa forma, esperamos um impacto negativo no curto prazo para as ações da Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4). As empresas lutam com a Anac para que a redistribuição seja feita de outra forma, priorizando as empresas que já operam no aeroporto (Latam, Gol e Azul). Se isso acontecer, a maior favorecida seria a Azul, que poderia ter 13 slots (no modelo atual, seriam apenas 5).
A venda de forma fatiada dos ativos via leilão seria uma forma para aumentar o valor que a Avianca conseguiria. A Avianca já perdeu 88 por cento dos slots de Congonhas, 100 por cento em Guarulhos, 100 por cento em Recife e 13 por cento no Rio de Janeiro.
*Eduardo Guimarães é especialista em ações na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.
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