A AgroGalaxy (AGXY3) registrou uma receita líquida total de R$ 1,8 bilhão no segundo trimestre deste ano, um decréscimo de 7,0% na base de comparação anual.
Diante da queda de preços de fertilizantes e defensivos químicos, a receita de insumos retraiu 39,0%, a R$ 479,0 milhões.
O lucro bruto ajustado foi de R$ 93,0 milhões, queda de 52% com margem de 5,10%. O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou -R$ 72,5 milhões, com margem de -4,0%.
Welles Pascoal, CEO do AgroGalaxy, esclarece que os resultados foram impactados por um cenário desafiador no setor.
“Estivemos sujeitos às turbulências que tiveram origem em 2022, com a invasão russa à Ucrânia. Desde o final do ano passado, antecipamos que a volta à normalidade de fornecimento desses insumos e o excesso de estocagem de defensivos químicos no setor todo levariam a quedas de preços. Essa tendência de queda influenciou o comportamento do produtor, que passou a realizar pedidos muitos mais próximos a seu uso. Colocamos em prática medidas para mitigar a turbulência com impactos muito positivos em posição de caixa, equalização do nosso estoque e recuperação de contas de clientes”, comentou.
Combinado a esses fatores, Pascoal considera que os preços de commodities, principalmente a soja, tiveram quedas significativas no ano. “Todos esses fatores impactaram os resultados do 2º trimestre de 2023, mas o faturamento representa menos de 10% do total do ano, historicamente”.
Ainda de acordo com o executivo, o resultado financeiro seguiu afetado pela taxa Selic em patamares elevados, compensada pela melhoria nos custos financeiros repassados aos clientes, conforme a estratégia do AgroGalaxy para o ano.
“Sob o aspecto de estrutura de capital, conseguimos fechar o trimestre com robusta posição de caixa, equivalentes e aplicações de R$ 1,4 bi e o Retorno Sobre Capital Investido (ROIC) alcançou 17,30% em junho”, revela.
No intervalo, a AgroGalaxy alcançou a marca de cento e sessenta e nove unidades espalhadas em quatorze estados brasileiros e bateu o recorde de mais de 30 mil clientes ativos em sua carteira, marca de mais de 30 mil clientes ativos, crescimento de 31,0% em relação a junho de 2022.
A companhia também passou a contar com 120 hectares destinados à pesquisa para encontrar as melhores soluções para os produtores brasileiros.
Para o restante do ano, Welles Pascoal enfatiza que o AgroGalaxy segue com o plano de ação para os desafios deste ano.
“Os nossos focos para o ano são: redução da inadimplência com a realização de campanhas de valorização de grãos em parceria com fornecedores, negativação de clientes e execução de garantias; equalização de estoques e foco em rentabilidade, com captura de sinergias pós M&As, especificamente em pessoas e processos; concretizar o ramp up das 60 lojas que abrimos desde 2019, e a otimização do capex, com redução das aberturas de lojas no curto prazo e adiamento de projetos não prioritários no momento. Conseguimos endereçar o estoque com descasamento de preços e recuperar R$ 200 milhões de clientes negativados, por exemplo”, descreve.
Além desse plano, o executivo reforça o compromisso da companhia em concluir a implementação de ERP e CRM únicos para todo o AgroGalaxy e buscar sinergias nos negócios adquiridos desde 2021, o que deve ocorrer no primeiro semestre de 2024.
“Temos o compromisso de trabalhar para superar esse momento desafiador da maneira mais rápida possível e continuar a nos consolidarmos como a melhor e mais sustentável varejista de insumos agrícolas e serviços voltados para o agricultor brasileiro”, completou.