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Oi cai, mas espera levantar R$ 8 bi com ativos

03 outubro 2019 - 13h08Por Investing.com
Investing.com - As ações ordinárias da operadora de telefonia Oi (SA:OIBR4) continua caindo abaixo de R$ 1,00, que é considerada a fronteira para que o papel de uma empresa seja considerado uma "penny stock". Por volta das 11h50, as ações da tele eram negociadas com queda de 3 centavos, ou 3,3%, a R$ 0,88. A sessão desta quinta-feira é a sétima consecutiva que o papel ordinário da Oi (SA:OIBR4) opera abaixo de R$ 1,00. Caso fique neste patamar por 30 pregões consecutivos, a B3 vai enviar uma notificação à Oi para que ela tenha 15 dias para reverter a situação, informando ao mercado de seu plano de ação. Se o plano não for apresentado, a empresa fica sujeita à aplicação de multa pela B3. LEIA MAIS: Ação da Oi (SA:OIBR4) virou penny stock? O que isso significa para o seu portfólio? O plano de ação tem que ter como objetivo que negociação da ação na B3 seja a um preço igual ou maior de R$ 1,00 durante seis meses. Se a empresa não conseguir retornar a esses preços, a B3 suspende a negociação do papel, com possibilidade de exclusão do registro.

Venda de ativos para aumentar o caixa

A entrevista do novo diretor de operações, Rodrigo Abreu, ao jornal Valor Econômico não reverteu o pessimismo de curto prazo da tele. Com dificuldades de caixa no curto prazo, a Oi (SA:OIBR4) precisa levantar recurso para manter sua operação. Para isso, a companhia estima arrecadar até R$ 2 bilhões com a venda de imóveis de sua propriedade. Abreu informou ao Valor, ao lado do presidente da companhia Eurico Teles, que estima impacto positivo entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões com a venda de ativos não essências. O executivo também informou que arrecadou R$ 120 milhões nesta semana com a venda de um imóvel no Rio de Janeiro, com a alienação de outros três, localizados no Rio, Brasília e Salvador, com potencial de gerar mais R$ 450 milhões para a companhia.

Emissão de dívida

Já Teles destacou os trabalhos da Oi (SA:OIBR4) para buscar outras fontes para financiar o plano estratégico que, além dos ativos não essenciais, também envolve a emissão de dívida garantida de R$ 2,5 bilhões, operação que está a cargo de dois bancos que negociam com investidores as condições para os títulos, que devem ser garantidos pela rede de fibra óptica. O montante da emissão ainda pode ser reforçado com mais R$ 2 bilhões em financiamentos oferecidos por fornecedores para a compra de equipamento, conforme previsto no plano de recuperação judicial aprovado em 2017. Além disso, a Oi (SA:OIBR4) deve receber mais R$ 3 bilhões em em créditos de PIS/Cofins. A tele ainda pode levantar recursos com a venda de sua participação de 25% na companhia angolana Unitel, operação que deve ser concluída ainda neste ano.

Rede Móvel

Já em entrevista com a Reuters, os executivos revelaram que podem considerar vender sua operação móvel se receber ofertas atraentes, disse o vice-presidente de operações Rodrigo Abreu nesta quarta-feira, após relatos de interesse de suas maiores rivais. Ainda assim, Abreu, poucas semanas após ter sido escolhido para o novo cargo na Oi (SA:OIBR4), disse em entrevista à Reuters que essa transação não é essencial para o plano estratégico da empresa: "Não faz parte do nosso plano de curto prazo e não dependemos da venda da operação móvel para realizar nosso plano de investimentos, mas é uma opção no futuro." Ele acrescentou que a Oi não iniciou um processo formal de venda da unidade de telefonia móvel. A Reuters informou no mês passado que a Oi (SA:OIBR4) estava em negociações preliminares com a espanhola Telefónica e a italiana Telecom Italia para vender sua rede móvel e evitar uma possível crise de caixa. A maior operadora de telefonia fixa do Brasil entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016 para reestruturar aproximadamente 65 bilhões de reais de dívida. Abreu disse que a venda de ativos não essenciais deve ser o bastante para financiar o investimento no serviço de banda larga residencial com fibra óptica (FTTH), um dos principais focos da Oi (SA:OIBR4). Ele reconheceu que a base de clientes móveis da Oi (SA:OIBR4), a quarta maior do Brasil, encolheu, mas que o negócio é sustentável. "Continuaremos a investir seletivamente para mantê-lo valioso", acrescentou Abreu. O executivo reafirmou que é provável que a Oi (SA:OIBR4) gere fluxo de caixa positivo até 2021, conforme prevê o plano estratégico de julho.