quarta, 15 de maio de 2024
Agenda Econômica

5 principais assuntos para acompanhar nos mercados nesta semana

Tensões crescentes entre Moscou e o Ocidente em relação à Ucrânia, especulação quanto à política monetária, preocupações a respeito da inflação em alta, preços do petróleo continuarão em foco e o Reino Unido e a zona do euro vão liberar dados de PMI

21 fevereiro 2022 - 08h12Por Investing.com

Por Noreen Burke e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com - As tensões crescentes entre Moscou e o Ocidente em relação à Ucrânia e a especulação quanto à política monetária devem manter os investidores apreensivos nessa próxima semana, encurtada por um feriado.

As preocupações a respeito da inflação em alta também seguirão no primeiro plano, com a divulgação de um dado crítico sobre a inflação dos EUA junto com uma série de resultados dos principais varejistas do país.

Os preços do petróleo continuarão em foco, e o Reino Unido e a zona do euro vão liberar dados de PMI que devem revelar os impactos econômicos da flexibilização das restrições contra a Covid-19.

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Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana:

1. Turbulência do mercado

O mercado dos EUA estará fechado na segunda-feira devido ao feriado do Dia dos Presidentes, mas os investidores devem enfrentar mais uma semana agitada, já que os temores sobre uma possível invasão russa da Ucrânia sustentam a demanda por ativos de seguros.

A incerteza contínua sobre em relação ao próximo passo da política monetária do Federal Reserve também deve continuar a pesar sobre o mercado de capitais.

O Fed assinalou que irá realizar um aumento das taxas de juros na sua próxima reunião, em março, a fim de reduzir a inflação, que disparou além da meta de 2% do banco central e atingiu seus níveis mais elevados em quatro décadas; contudo, o Fed não deu nenhuma indicação quanto à agressividade com que atuará.

James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, pediu medidas agressivas para conter a inflação, enquanto o chefe do Fed de Nova York, John Williams, disse na sexta-feira que vê pouca necessidade de que o banco central inicie seu ciclo de aumento de juros com força.

"Este é um mercado confuso, confuso sobre a Ucrânia, confuso sobre o nível de agressividade que o Fed vai ter, e basicamente ignorando resultados muito fortes no quarto trimestre", Tim Ghriskey, estrategista de portfólio sênior da Ingalls & Snyder, em Nova York, disse à Reuters.

2. Dados dos EUA

Em meio à especulação sobre a perspectiva de um aumento de meio ponto percentual nas taxas de juros por parte do Fed em março, os dados de sexta-feira sobre o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) será observado com atenção.

O índice de preços de PCE, que tem a fama de ser a medida de inflação favorita do Fed, deve ter subido 6% no ano a ano em janeiro, enquanto a leitura principal, que exclui os preços de alimentos e combustíveis, deverá registrar aumento de 5.2%.

Os dados do PCE serão divulgados no contexto do relatório sobre renda e gastos pessoais.

Outros dados econômicos da sexta-feira incluem dados revisados sobre sentimento do consumidor, os números de janeiro para vendas pendentes de imóveis residenciais e um relatório sobre encomendas de bens duráveis, também referentes a janeiro.

Também haverá falas de diversos representantes do Fed ao longo da semana, como o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester e o Governador do Fed, Christopher Waller.

Além disso, depois de uma forte retomada nas vendas do varejo de janeiro, os consumidores estão de volta ao centro das atenções, e uma série de resultados de grandes varejistas esta semana será analisada em busca de sinais sobre como a inflação em alta afeta os gastos.

Apesar da recuperação das vendas a varejo, o sentimento dos consumidores diminuiu para o menor nível em uma uma década nos últimos meses, e leva a receios de que a recuperação econômica possa ser paralisada.

Home Depot (NYSE:HD), Lowe's (NYSE:LOW), Macy's (NYSE:M) e Foot Locker (NYSE:FL) estão entre as empresas programadas para divulgar seus resultados do quarto trimestre durante a semana.

Outras empresas que anunciam resultados incluem Anheuser Busch Inbev (NYSE:BUD), Alibaba (NYSE:BABA), Caesars Entertainment (NASDAQ:CZR), Krispy Kreme (NASDAQ:DNUT) e Beyond Meat (NASDAQ:BYND).

Além dos resultados financeiros, os investidores estarão atentos à maneira como as companhias abordam a crise da cadeia de fornecimento e a seus pontos de vista quanto à inflação.

3. Prévia da inflação no Brasil

No Brasil, o principal evento do calendário econômico desta semana será a divulgação do resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPAC-15) de fevereiro.

Os dados devem ser divulgados na quarta-feira, 23, às 09h, e a previsão gira em torno de um avanço de 0,85% no mês. Em relação ao acumulado nos últimos 12 meses, a projeção chega a uma alta de 10,61%.

Na quinta-feira, 24, também será publicada a pesquisa da PNAD Contínua referente a dezembro.

A estimativa é que haja uma redução de 162 mil empregos de carteira assinada no país.

Encerra a semana, na sexta-feira, 25, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de fevereiro, que também será divulgado, com as projeções que indicam um avanço de 1,87%.

No calendário corporativo, a semana ficará agitada com nomes de peso na temproada dos resultados do quatro trimestre de 2021.

Entre as empresas que apresentaram seus números estão a Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE3), Ambev (SA:ABEV3), Minerva (SA:BEEF3), Azul (SA:AZUL4) e Banco Inter (SA:BIDI11).

4. Preços do petróleo

Os preços do petróleo podem apresentar outra semana de resultados mistos, com os traders de energia a ponderar uma possível interrupção no fornecimento resultante da crise entre a Rússia a Ucrânia contra a perspectiva de aumento das exportações iranianas de petróleo.

Os receios relativos a possíveis interrupções na oferta decorrentes de sanções à Rússia, país de grandes exportações, caso esta ataque a têm sustentado os preços, que também tiveram apoio na recuperação da demanda com o recuo da pandemia.

Os preços do petróleo WTI pairam em torno de US$ 91 por barril e, na semana passada, atingiram o seu nível mais elevado desde 2014, enquanto que o preço do Brent, referência global de preço, está próximo da sua máxima em sete anos.

Os preços mais altos do petróleo contribuem para o crescimento da inflação, e recrudesce receios de que o Fed precisará apertar a política monetária de forma agressiva para reduzir os preços ao consumidor.

Os investidores também terão a oportunidade de medir o efeito de preços de petróleo mais altos sobre os ganhos das companhias de energia esta semana, quando a Occidental Petroleum (NYSE:OXY), EOG Resources (NYSE:EOG), NRG Energy (NYSE:NRG), Chesapeake Energy (NYSE:CHK) e Coterra Energy (NYSE:CTRA) divulgam seus resultados.

5. Dados de PMI

Na segunda-feira, o Reino Unido e a zona do euro vão anunciar os dados de PMI para fevereiro, que podem refletir um impulso à atividade econômica com a eliminação de mais restrições da pandemia por parte dos governos.

O Ifo Business Climate Index, da Alemanha, será divulgado na terça-feira, também sob forte escrutínio.

Sinais positivos de recuperação econômica poderiam encorajar os bancos centrais a desfazer rapidamente os estímulos pós-pandemia.

O Banco da Inglaterra segue rumo a realizar mais um aumento dos juros em março, enquanto os gestores do Banco Central Europeu (BCE) ainda debatem se os juros terão de subir este ano, a fim de reduzir a inflação.

O Governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey deverá comparecer, junto com diversos outros dirigentes, perante a Comissão do Tesouro do Parlamento na quarta-feira, para responder perguntas sobre a inflação e as perspectivas econômicas.

Enquanto isso, vários funcionários do BCE deverão fazer aparições durante a semana, como o vice-presidente Luis de Guindos e Isabel Schnabel, membro do Comitê Executivo.