O balanço dos investimentos brasileiros, divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) na manhã desta quinta-feira (4), mostrou que o volume financeiro de pessoas físicas em investimentos avançou 13,4% para R$ 3,7 trilhões em 2020, o maior crescimento já registrado na série histórica.
Apesar de o ano não ter começado muito bem para as aplicações financeiras — o indicador recuou 5,3% no primeiro trimestre — a B3, a bolsa brasileira, atingiu a marca de 2 milhões de contas no segundo trimestre e apagou as perdas para fechar 2020 com crescimento de 2,9%.
Na divisão por segmentos, o varejo tradicional foi o responsável pela maior alta, de 20,3%, seguido do private, que avançou 13,5%. A menor variação ficou para o varejo de alta renda, com ganhos de 6,7%.
"O aumento recorde dos investimentos dos brasileiros foi impulsionado pela poupança, principalmente pelos depósitos do auxílio emergencial feitos na caderneta", conta José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
A poupança evolui de 40% do total de investimentos, em 2019, para 42,9% no ano seguinte e passou a ocupar uma fatia ainda maior da carteira dos clientes de varejo tradicional e alta renda.
O número de contas que têm dinheiro na caderneta também avançou com impacto do auxílio emergencial: são 86 milhões no varejo tradicional, o que mostra um crescimento de 30%, e 2,9 milhões no varejo alta renda, uma variação de 11,4%. A evolução foi motivada também pela criação de contas para recebimento do auxílio emergencial.
Entre as regiões com o maior número de abertura de contas estão a Norte, com salto de 46% e Nordeste e Centro-oeste, ambas com 31%. No total, foram 105 milhões de novas contas, crescimento de 27,8% em relação a 2019.
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