terça, 16 de abril de 2024
Preços

Presentes para o Dia dos Namorados ficam abaixo da inflação em 12 meses, diz FGV

A fundação também informou que a inflação dos serviços subiu 2,97%

10 junho 2021 - 18h24Por Redação SpaceMoney
 - Crédito: Solen Feyissa via Unsplash

Levantamento realizado a partir de 23 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) indicou que os produtos e serviços mais procurados como presentes para o Dia dos Namorados subiram em média 2,31%, nos últimos 12 meses, abaixo da inflação apurada para o mesmo período, de 7,37%, informou hoje (10) a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

A pesquisa também mostrou que a inflação dos serviços subiu 2,97%, sendo a alta puxada pelos restaurantes, cujos preços avançaram 4,11%. Os outros itens da cesta de serviços que sofreram aumento foram os salões de beleza (3,15%) e academias (1,81%). As atrações culturais, por motivo da inatividade gerada pela pandemia, ficaram com seus preços estáveis: cinemas (0%), shows (0%) e teatros (0%). A atual condição sanitária ainda prejudica a demanda para o setor hoteleiro, que reflete tal condição em seus preços: hotéis e motéis foram o único item da cesta de serviços que sofreu deflação no período (-0,57%).

"Os custos em aceleração foram os principais responsáveis pela elevação de preços da cesta, sobretudo a de serviços. Os três itens que tiveram inflação positiva na cesta de serviços sofreram um forte impacto dos custos: no caso dos restaurantes, os preços dos alimentos e da energia (eletricidade e gás) influenciaram para o reajuste desse serviço, mesmo em um ambiente de demanda menos aquecida. Já os salões de beleza e academias são setores intensivos em consumo de energia elétrica", diz o pesquisador do FGV IBRE Matheus Peçanha

Pelo lado dos produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta de 16 itens teve um aumento médio de 1,69%. As maiores altas vieram principalmente dos itens alimentícios: bombons e chocolates (11,07%) e vinhos (7,44%). Os computadores e periféricos (9,53%) fecham a lista dos itens que subiram acima da inflação. Outras altas, porém abaixo da inflação foram registradas para bicicletas (6,22%), bijuterias (5,12%), produtos para barba (4,93%), perfumes (4,37%), calçados masculinos (2,64%), celulares (0,86%) e roupas masculinas (0,38%). O alívio da cesta de produtos vem dos bens semiduráveis, em sua maioria associadas ao gênero feminino, como cintos e bolsas (-0,01%), calçados femininos (-0,84%), relógios (-0,89%), roupas femininas (-1,49%), artigos de maquiagem (-1,98%) e livros (-2,06%).

"Mais uma vez, os custos tiveram um papel importante", avalia Peçanha, "as commodities metálicas tiveram aumentos na casa dos 80% em 2020, custo muito relevante na produção dos eletrodomésticos, das bijuterias e bicicletas, assim como o câmbio, que acelerou fortemente em 2020, tem impacto grande nos preços de bombons, vinhos, perfumes e computadores, por exemplo", conclui.