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Percentual de mulheres à frente de startups que buscam investimentos cresce em 2022

Levantamento feito pela Efund mostra que em 2022 13,7% das empresas tinham lideranças femininas contra apenas 3% no ano anterior

- pexels
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A quantidade de mulheres à frente de startups em busca de rodadas de investimento por meio do equity crowdfunding cresceu bastante em 2022 na comparação com 2021.

Levantamento feito pela Efund, plataforma especializada em unir startups a investidores, mostra que de 190 entrevistas com empreendedores interessados em captar recursos, 26 ou 13,7% do total foram realizadas com lideranças femininas. No ano anterior, quando ocorreram 400 entrevistas, apenas 12 eram do sexo feminino, equivalente a 3% do total.

De acordo com Igor Romeiro, CEO da Efund, o crescimento do número de mulheres à frente de novas startups não chega a surpreender porque é uma tendência observada em pesquisas de mercado feitos por algumas instituições. Mas ele concorda que a proporção ainda é muito baixa e poderia ser maior.

Em seu ponto de vista, as mulheres são inteligentes e capazes de ganhar mais por dólar investido, mas esbarram nas dificuldades criadas por um mercado que ainda não está preparado para recebê-las e apoiá-las.

Romeiro cita como exemplo um estudo feito pelo fundo de capital de risco First Round Capital, segundo o qual as startups fundadas por mulheres apresentam desempenho 63% superior. Outro trabalho mencionado foi o do Boston Consulting Group. Ele demonstra que a cada dólar que uma mulher fundadora ou cofundadora levanta, ela gera 2,5 vezes mais receita do que um fundador do gênero masculino.

Abrir o próprio negócio é a forma encontrada por algumas para colocar em prática suas ideias e, claro, ganhar dinheiro liderando um projeto próprio que na maioria das vezes não seria aceito em grandes empresas. A participação delas na economia aumenta em diversos segmentos, inclusive como investidoras do mercado financeiro”, afirma.

O Gender Gap Report 2022 (Relatório de Diferença de Gênero), apresentado durante o Fórum Econômico Mundial, mostra que o número de empreendimentos administrados por mulheres cresceu 41% contra alta de 22% daqueles administrados por homens.

O relatório em questão observou o comportamento do mercado em 146 países. Na B3, a bolsa de valores brasileira, o número de investidores pessoas físicas em 2022 chegou a 5,8 milhões de pessoas. Deste total, 1,34 milhão são mulheres, cerca de 23% de participação e aumento de 16,3% em relação a 2021. Considerando o patrimônio (equity), o peso das mulheres na bolsa é levemente maior, de 25%.

Pesquisa sobre empreendedorismo realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor em parceria com o Sebrae, indica que há 30 milhões de mulheres empreendedoras em um universo de 52 milhões de empreendedores, ou seja, elas representam mais da metade dos pequenos negócios no país.

O maior número de novas empreendedoras está na faixa etária de 22 a 35 anos e os negócios estão voltados, principalmente, para serviços nos ramos da alimentação, beleza, estética e moda. “Elas também investem em outros segmentos, inclusive os mais tecnológicos. Em breve, rodadas de captação em empresas femininas será algo bem comum”, afirma Romeiro.