SpaceNews

Mais brasileiros se cadastram na bolsa, mas de forma errada, alerta especialista

Felipe Rocha, fundador do Instituto Aurea, explica que buscar investimentos como forma de ganhar dinheiro rápido pode ser uma armadilha para amadores

- Anna Nekrashevich
- Anna Nekrashevich

De 2019 para cá, o número de CPFs cadastrados na bolsa de valores quadruplicou. Os dados conferem com o que a própria entidade financeira divulga, mas gera um alerta para os figurões do mundo dos investimentos. Isso porque a data coincide com a crise mundial, que só se agravou com a pandemia da Covid-19 e, desse total, a maioria só buscou ações em tentativas de ganhar dinheiro rápido e fácil – uma baita de uma ilusão.

“O número de pessoas que buscou essa saída, de fato, foi enorme e isso foi amplamente divulgado. Na data, muita gente perdeu o emprego, foi virar motorista de aplicativo, trabalhar em empregos que estavam em falta, mas que não condiziam com a própria qualificação… Enfim, muito mais gente passou a conhecer o day trade, mas da forma errada”, avalia o especialista Felipe Rocha, fundador do Instituto Aurea.

De acordo com ele, uma fatia importante desses novos inscritos na bolsa foi incentivada por propagandas enganosas que indicam, justamente, que com as

ações o dinheiro que é ganho é fácil e é rápido.

“Mas esquecem ou se fazem esquecer que não é nada disso. Quem vive de investimento depende de atualização constante, de entender o que os agentes políticos interferem nas negociações e não sobrecarregar o mercado com gente que pode até atrapalhar o andamento da engrenagem. Por isso, hoje, o movimento é de muita gente que ainda teve mais perda na bolsa e só agora busca ajuda financeira”, considera o especialista Felipe Rocha.

Parte desse acesso, por outro lado, só é possível pela tecnologia que foi criada em torno dos ativos financeiros. O expert no Mercado Financeiro ainda explica:

“Com essa introdução (dessas tecnologias) ao mercado, foi possível criar corretoras independentes e descentralizadas que permitem que cidadãos normais se tornem formadores de mercado ganhando dinheiro com isso. Antes, no mercado tradicional, apenas as operadoras ganhavam e tudo leva a crer que a tecnologia poderá ser aplicada na disrupção de outras áreas”.

Por fim, para Felipe Rocha, a saúde, comunicação e mercado imobiliário serão alguns dos agraciados com a novidade nos próximos anos, de forma a fazer com que mais pessoas de outras áreas entendam mais sobre finanças no geral – incluindo investimentos.