sexta, 19 de abril de 2024
FGV

Indicadores globais apontam desaceleração da economia mundial no segundo semestre

Tendência de recuo se mantém desde julho

10 setembro 2021 - 12h25Por Agência Brasil

Por Akemi Nitahara, da Agência Brasil - Os Barômetros Econômicos Globais de setembro, divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), permanecem com a tendência de queda observada desde julho, apesar de manterem os níveis elevados, compatíveis com a retomada da economia mundial.

Os barômetros econômicos são um sistema de indicadores que permite uma análise tempestiva do desenvolvimento econômico global e foram lançados em março de 2020 pela FGV. 

Enquanto o Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica, o Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais.

Esses indicadores se baseiam nos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. A intenção é ter a cobertura global mais ampla possível.

A desaceleração do Barômetro Econômico Global Coincidente foi de 6,3 pontos, ficando em 111,8 pontos em setembro.

O Barômetro Econômico Global Antecedente diminuiu 7,2 pontos no mês, para 105,1 pontos.

Todas as regiões pesquisadas pelo Ibre/FGV tiveram quedas em setembro, sendo mais acentuada na região que engloba Ásia, Pacífico e África no indicador Coincidente, e Europa no indicador Antecedente.

De acordo com o pesquisador da FGV Paulo Picchetti, a retomada do nível de atividade, na comparação com o período mais severo da pandemia de covid-19, segue com o avanço da imunização e do relaxamento das restrições de mobilidade. Mas alguns problemas persistem.

“Essa retomada vem ocorrendo em meio à persistência de problemas relacionados às cadeias de suprimentos de diversas matérias primas, transformando parte do aumento da demanda em elevação de preços ao longo de todas as regiões e setores. As desacelerações observadas nos barômetros Coincidente e Antecedente refletem as questões ligadas a essas restrições de oferta, e às alternativas de política econômica para lidar com aumentos generalizados de preços”.

Regiões e setores

Por região, a desaceleração no indicador Coincidente foi puxada pela Ásia, Pacífico e África, que contribuiu com 3,9 pontos na queda.

Europa deu uma contribuição negativa de 1,3 ponto e Hemisfério Ocidental de 1,1 ponto. Segundo o instituto, todas as regiões ainda registram indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos.

Os cinco setores monitorados caíram em setembro. O indicador Economia teve o maior peso, com queda de 8,9 pontos, seguido da Indústria (-3,1 pontos) e do Comércio (-11,7 pontos). O indicador do Setor de Serviços caiu pela terceira vez consecutiva, agora em menor ritmo, de 6 pontos.

No Barômetro Global Antecedente, as três regiões contribuíram de forma negativa, com Europa contribuindo com 3,6 pontos, seguida da Ásia, Pacífico e África (-2,3 pontos) e Hemisfério Ocidental (-1,2 ponto).

A FGV aponta que a Europa passou de região mais otimista para a primeira região em neutralidade, com 99,9 pontos em setembro. As demais regiões se mantêm acima dos 100 pontos.

As maiores contribuições negativas entre os setores foram da Indústria (-5,5) e da Economia (-10,1), sendo que este setor chegou a 94,6 pontos, o único abaixo de 100.

Construção, Serviços e Comércio continuam registrando níveis que refletem otimismo no curto prazo, segundo o levantamento.

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