Segundo dados da Serasa Experian, o Brasil chegou a 6,4 milhões de empresas inadimplentes em novembro do ano passado.
O número, que representa 31% das 20,2 milhões de empresas ativas no país, é o maior desde o início do levantamento em 2016. O setor de serviços lidera o ranking com 53,4% dos negócios endividados, seguido pelo comércio (37,5%) e indústria (7,7%).
A maioria é micro ou pequena empresa: são5,7 milhões de negócios que estão com pelo menos uma dívida atrasada.
O advogado Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, especialista em recuperação empresarial mostra que o endividamento com bancos é o principal problema enfrentado pelas empresas brasileiras.
“O superendividamento bancário é a causa de aproximadamente 80% dos encerramentos de negócios nos primeiros cinco anos. As empresas acabam pegando empréstimos e entrando em uma bola de neve na qual a dívida só aumenta, com juros sobre juros”, afirma.
O problema, enfrentado pelos proprietários de uma tradicional padaria de Campinas, fundada há mais de 30 anos, exigiu o auxílio do escritório. Com a pandemia, o estabelecimento não conseguiu honrar as parcelas dos empréstimos contratados.
“Mesmo com o congelamento temporário oferecido pela instituição, não foi possível pagar quando houve a retomada das cobranças. Durante a pandemia, perdemos muitos clientes expressivos, que tinham convênio conosco, como empresas e escolas”, conta Álvaro Neto, gerente administrativo da padaria.
Com isso, a dívida chegou a quase R$ 2 milhões. “Hoje, estamos conseguindo retomar a saúde financeira, renegociando os débitos de uma forma que nos traz segurança para continuar”, afirma Neto.
Granito explica que estratégias adequadas possibilitam a recuperação empresarial, revertendo esse cenário triste antes da adoção de medidas drásticas, como a recuperação judicial ou até mesmo a falência.
“A recuperação empresarial permite reduzir as dívidas de forma drástica. Para isso, fazemos uma análise completa da situação e indicamos os melhores caminhos para que o empresário consiga recuperar a saúde financeira corporativa.” afirma.