quinta, 25 de abril de 2024
Avaliação

BC deve elevar Selic a 6,5% até o fim do ano, diz XP

Corretora avalia que a autoridade monetária deve continuar com o ciclo de alta da taxa

21 junho 2021 - 12h31Por Redação SpaceMoney

No último domingo (20), a XP Investimentos publicou um relatório de análise sobre movimentos recentes da economia brasileira ao longo dos meses de abril e maio.

Selic

Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em elevar a Selic em 0,75% - ao patamar atual de 4,25% -, a XP avalia que o BC deve continuar o ciclo de alta da taxa até seu nível neutro, ao redor de 6,5%.

Para a XP, o Comitê "se mostrou preocupado com os efeitos secundários do choque de inflação corrente", que geraram "uma deterioração adicional das expectativas de inflação". 

"Em nossa opinião, a postura mais dura do Copom é consistente com nosso cenário de elevação da taxa Selic para 6,50% no final deste ano, com elevações adicionais de 0,75 pontos percentuais nas próximas duas reuniões e uma desaceleração mais adiante", diz a XP. 

IPCA

"Devido à pressão de custos sobre os bens industriais e o cenário de bandeira tarifária para o fim do ano (vermelha 2)", a XP projeta a inflação do IPCA de 2021 em 6,2%.

Em junho, as commodities seguiram em alta, o que indica "que a pressão no atacado pode continuar, a despeito da apreciação recente da taxa de câmbio".

"Desta forma, mesmo com a descompressão recente dos ativos financeiros brasileiros, não vemos alívio na inflação ao consumidor nos próximos meses", completa a XP. 

PIB

"A despeito do recrudescimento da pandemia a partir de fevereiro (e subsequentes restrições mais rígidas de mobilidade) e da interrupção de medidas de estímulos fiscais no final de 2020, os principais indicadores de atividade surpreenderam positivamente entre janeiro e abril", diz a XP.

A corretora prevê um crescimento de 0,1% para o PIB do segundo trimestre, após alta de 1,2% no período anterior, "como reflexo da elevação dos índices de mobilidade (de volta aos patamares vistos no início deste ano, antes da piora aguda da crise de Covid-19) e da retomada rápida da confiança de empresários e consumidores".

"Além disso, a nova rodada de auxílio emergencial à população de baixa renda e a antecipação do pagamento de benefícios previdenciários (13º salário do INSS) devem gerar impulso adicional aos serviços prestados às famílias e vendas varejistas, cujos resultados positivos de abril trazem algum viés de alta para este número", afirma.

A XP projeta expansão de 0,8% e 0,5% para o PIB total no 3º e 4º trimestres, respectivamente, e crescimento de 5,2% para o PIB em 2021.

Câmbio

A XP aponta uma série de riscos fiscais estruturais no médio prazo, como dívida elevada, juros altos e orçamento engessado. "O país caminha para um ciclo eleitoral que pode ser volátil. E existe a possibilidade de mudanças na orientação da política monetária em países desenvolvidos", aponta.

"Desta forma, somos cautelosos em projetar a taxa de câmbio muito abaixo dos patamares atuais. Projetamos R$5,10 para o final deste ano e do próximo. Não descartamos, no entanto, que, no curto prazo, a taxa de câmbio possa vir abaixo deste patamar", conclui.

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