sexta, 29 de março de 2024
Ano mais volátil

Ativa reduz target do Ibovespa para 117 mil em 2022, de olho na macroeconomia

Em maio, previsão era de 138 mil pontos

23 novembro 2021 - 07h20Por Investing.com

Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com - Após reavaliar o valor justo das empresas que compõem o Ibovespa e ponderar pelos seus respectivos pesos na carteira teórica do índice, a Ativa Investimentos passou a projetar um novo alvo de 117 mil pontos para o Ibovespa no final de 2022, abaixo dos 138 mil pontos previstos em maio deste ano.

A metodologia avaliou os resultados do terceiro trimestre e as novas premissas macroeconômicas, que resultariam em um target de 134 mil pontos. Entretanto, considerando a análise de múltiplos, em especial o Preço sobre Lucro (P/L) de saída de 11,9x (média histórica) para o Ibovespa, a previsão seria de 140 mil pontos.

“Com um desconto nos resultados esperado de 125 e também um desvio nos múltiplo que os investidores estariam dispostos a pagar de 10,7 x P/L de saída, somado aos tempos de incertezas que atravessamos, chegamos aos 117 mil pontos", explica o gerente de research da Ativa, Pedro Serra.

A redução do alvo por parte da corretora está diretamente ligada com a deterioração do cenário econômico. Serra comenta que em maio de 2021, quando a última previsão foi feita, a expectativa era de uma recuperação gradual no país, mas a perspectiva disso é menos otimista hoje.

“Um exemplo disso é que a taxa de crescimento do PIB de 2022 esperada pelo mercado em junho era, na média, de uma alta de +2,2%. Agora, os investidores estimam alguma coisa entre zero e +1%", lembra Serra.

2022 tende a ser mais volátil

A volatilidade esperada pela Ativa para o próximo ano tem como base as eleições presidenciais e o risco fiscal do país.

Essa mesma visão também fez com que o Bank of America Corp (NYSE:BAC) (BofA) revisasse na semana passada a sua projeção para o Ibovespa em 2022 para 125 mil pontos.

Para o BofA, a tendência de alta na Selic também deve afastar o capital da renda variável. O seu relatório destaca que muitos setores da B3 estão com valuations semelhantes aos do fim de 2014, enquanto as taxas de juros de 10 anos estão no patamar de 12% ao ano.

O estrategista-chefe da XP Investimentos, Fernando Ferreira, e o economista-chefe do grupo, Caio Megale, consideram que o investidor estrangeiro também está receoso com o mercado brasileiro, principalmente por causa das eleições de 2022 e a queda da credibilidade no teto dos gastos imposta pelo debate da PEC dos Precatórios.