quinta, 28 de março de 2024
Finanças pessoais

ARTIGO - Lições sobre educação financeira que a pandemia pode ensinar

Ter uma reserva financeira neste momento se mostrou essencial

14 junho 2021 - 16h20Por Redação SpaceMoney

Por Charys Oliveira*

A crise sanitária acarretada pela covid-19 pegou a todos de surpresa. Passado mais de um ano de seu início, ainda é um momento de incertezas e medos. As oscilações do câmbio e da bolsa de valores, a desvalorização do real, os produtos do gênero alimentício mais caros, mais pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e altos índices de desemprego – de acordo com o IBGE somam-se quase 14,5 milhões em 2021, o maior número desde 2012, quando se iniciou a contagem – são alguns reflexos disso.

Ter uma reserva financeira neste momento se mostrou essencial, mas infelizmente não é uma realidade para muitos brasileiros. De acordo com números da 3ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), 62% dos brasileiros não economizaram nada em 2019 e entraram na crise causada pela pandemia da covid-19 sem uma reserva de emergência.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que em 2020 o endividamento do brasileiro chegou a 66,3% – corroborando o fato de que a população não poupa dinheiro. Para criar essa reserva, um bom planejamento é fundamental.

Entender o quanto se ganha e o quanto se gasta é o primeiro passo. Na sequência, deve-se definir uma meta de quanto economizar no mês – quanto mais realista, melhor. Economia e economizar são palavras-chave neste momento. Elencar prioridades reais e deixar os supérfluos de lado, observando o que de fato importa, seja material ou afetivamente.

Especialistas recomendam que a reserva de emergência seja aplicada em investimentos de curto prazo para assegurar um resgate rápido quando necessário. Liquidez e baixa volatilidade são fundamentais para isso. Para aqueles que foram pegos desprevenidos, sempre há tempo para começar a poupar. Veja abaixo três dicas para manter o orçamento em dia e passar menos sufoco:

1 – Priorizar o consumo de primeira necessidade

Manter o foco nas necessidades básicas, como alimentação e higiene, que devem ser feitas de forma consciente e sem estoques. Além disso, pondere se o pagamento será à vista ou no crédito, se houver diferença na condição.

2 – Repensar os hábitos

Mapeie todos os gastos e as rendas. Depois, crie uma lista com todas as despesas fixas e inclua em um planejamento financeiro. Conforme forem os resultados, talvez seja o momento de revisar os hábitos, cortar gastos desnecessários e conscientizar todos os membros do núcleo familiar de que é hora de colocar o orçamento em ordem, para não sofrer tanto com os impactos da pandemia.

3 – Criar a própria metodologia

Não faz tanta diferença você preferir os tradicionais lápis e papel, planilhas de Excel, planners e afins. O importante é anotar todos os gastos do mês, para que se crie uma rotina decontrole.Nesse sentido, cada vez mais é necessário contar com empresas e recursos que ajudem a organizar a saúde financeira por meio da educação e aprendizado de como lidar com as finanças. Atualmente no mercado existem fintechs dedicadas a isso. É um bom momento para sair do aperto – e, se possível, nem entrar nele!

*Charys Oliveira é Head de Saúde Financeira na Ahfin