sexta, 10 de maio de 2024
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À espera da votação da MP, BTG (BPAC11) recomenda compra das ações da Eletrobras (ELET3)

Para viabilizar a aprovação do texto no Senado ainda hoje (17), parlamentares incluíram mais emendas polêmicas nos últimos dias

17 junho 2021 - 13h08Por Redação SpaceMoney

Nesta quinta-feira (17), o BTG Pactual (BPAC11) divulgou relatório de análise sobre a Eletrobras (ELET3) e manteve sua recomendação de compra de ações da companhia no preço-alvo de R$ 63,00. O material foi exclusivamente dedicado à questão da privatização da empresa.

Investidores aguardam a votação da Medida Provisória (MP) 1.031/21, de relatoria do senador Marcos Rogério (RO), para esta quinta-feira. O parlamentar manteve a maior parte da estrutura do texto aprovado pela Câmara dos Deputados, inclusos a obrigatoriedade de contratação de termelétricas a gás e PCHs e itens ainda mais polêmicos. 

A nova versão exige que capitalização da empresa ocorra após a conclusão do leilão para a contratação de 6 GW (gigawatts) de termelétricas a gás. O novo texto também fornece detalhes exatos de onde essas usinas serão localizadas: (i) 1 GW no Nordeste, (ii) 2,5 GW no Norte, que usará reservas de gás na Amazônia (positivo para Eneva), (iii) 1,75 GW no Centro-Oeste e (iv) 750MW em Minas Gerais (região do Triângulo Mineiro).

Para viabilizar a aprovação, outras emendas foram incluídas:

- O pagamento da taxa de concessão deduzido do valor canalizado para fundos regionais;

- Mais recursos canalizados para fundos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE);

- Indenização ao estado do Piauí pela venda de sua distribuidora;

- Usinas térmicas serão construídas nas áreas dos órgãos de desenvolvimento regional Sudam e Sudene;

- Funcionários demitidos em até 12 meses da capitalização serão contratados por outra empresa federal;

- Nomes indicados para a diretoria do ONS devem ser validados pelo Senado;

- Percentual máximo de ações que podem ser adquiridas pelos empregados da Eletrobras no limite de 1%;

- HQs (headquarters) das subsidiárias da Eletrobras não podem ser fechadas, incorporadas ou transferidas para outro local dentro de um período de dez anos;

- Período mínimo de fim do regime de cotas estendido para 5-10 anos (era 3-10 anos antes); 

- Um plano deve ser apresentado nos próximos 12 meses para ajudar a recuperar os reservatórios do Brasil. 

"Apesar de todas essas mudanças, não há impactos financeiros significativos para acionistas da Eletrobras quanto à capitalização em si", diz o BTG.

Segundo o senador Marcos Rogério, todas essas mudanças estão alinhadas aos interesses do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), relator da MP na Câmara dos Deputados, o que implica que as alterações feitas no Senado não serão revogadas quando o texto voltar para a Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou sua intenção de votar o texto na próxima segunda-feira (21). Como o texto expira em 22 de junho, ele não quer deixar a votação para o último dia.