Viver mais e se preocupar menos. É com essa proposta que uma fintech brasileira tem ajudado mais de 15 mil pessoas a ‘esfriarem a cabeça’ ao guardar dinheiro e melhorar sua relação com as finanças.
A Oinc, conhecida como “cofrinho digital”, permite que pessoas juntem centavos sem perceber e, ao mesmo tempo, gerenciem seus gastos e realizem micro-investimentos.
A ideia surgiu do advogado Gabriel Duarte, de 28 anos, que viu a necessidade de soluções como esta para desfazer o costume de ‘gastar sem guardar’, que existe entre os brasileiros.
“Dinheiro gera muita ansiedade, principalmente aqui no Brasil, onde existem problemas relacionados à educação financeira e a falta de acesso. Se sentir fora do controle intensifica essa situação. Por isso, trabalhamos para mudar essa realidade”, afirma Duarte, CEO e fundador da Oinc, em entrevista à SpaceMoney.
Além disso, ele também ressalta que o uso cada vez menor de dinheiro físico tem contribuído para o aumento do descontrole financeiro.
“O uso de cartões como forma de pagamento às vezes rouba a dor de gastar e as pessoas gastam sem nem perceber. O que a gente quer é que o usuário retome o controle de para onde está indo o dinheiro e onde está mais sendo gasto, de modo fácil, sem ocupar grande tempo do seu dia”, explica.
Duarte explica que o aplicativo da Oinc quer ajudar os usuários de duas maneiras: guardar e organizar dinheiro. Para isso, apresenta as funções Trocadinho, Cofrinho Automático e Organizador Financeiro.
Trocadinho: investir com centavos
Quem nunca guardou moedas em um cofrinho de porquinho? Para os que viveram essa experiência, é fácil lembrar que grande parte dos centavos que entravam no cofrinho vinha de trocos de compras.
Era uma maneira simples de juntar dinheiro, que muitas vezes surpreendia com bons resultados quando o porquinho era quebrado.
Hoje, com o aumento das compras via cartão e formas de pagamento digital, essa prática foi deixada de lado.
Para resgatar esse hábito, a Oinc criou o Trocadinho, uma função que arredonda os centavos excedentes das compras feitas no cartão de crédito e os investe.
“Pode parecer bobo, mas com o Trocadinho, nossos clientes guardam em média R$ 1.600,00 só fazendo isso; arredondando centavos”, destaca Duarte.
Como funciona o Trocadinho?
Em resumo, essa função arredonda o valor quebrado das compras feitas em cartão de crédito para cima e investe automaticamente.
Por exemplo, imagine que você comprou um sorvete por R$ 4,50 no seu cartão de crédito e esteja com o Trocadinho da Oinc ativado. Esse valor será arredondado para R$ 5,00 e depois os R$ 0,50 que excederam serão guardados no Oinc de forma automática.
Os 50 centavos guardados como troco no cofrinho digital serão investidos no Tesouro Direto e ficarão rendendo 100% da taxa Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano.
Organizador financeiro
Recentemente, a Oinc lançou seu organizador financeiro, que permite a seus usuários, a visualização sobre todos os gastos nos cartões de crédito de diferentes bancos.
Além da visão unificada, a ferramenta permite criar um orçamento personalizado e acompanhamento de gastos por categoria.
Essa função também oferece um painel específico para que os usuários gerenciem assinaturas recorrentes e evitem surpresas no fim do mês.
Guardar sem perceber
Já no Cofrinho Automático, o Oinc possibilita a automação das economias. Nessa função, é possível automatizar depósitos recorrentes com o cartão de crédito.
Esse dinheiro guardado no cofrinho digital segue a mesma ideia de render 100% da Selic.
Como a Oinc se integra com bancos?
Do Nubank (ROXO34) ao Itaú (ITUB4), a Oinc tem conexão com todos os bancos graças ao Open Finance, uma tecnologia do Banco Central (BC).
Essa iniciativa tem revolucionado o mercado financeiro porque permite que os consumidores acessem produtos como cartões de crédito, empréstimos e investimentos de forma personalizada, sem precisar seguir os processos tradicionais.
Com a tecnologia, o histórico financeiro de uma pessoa pode ser compartilhado entre instituições e, assim, levar a melhores condições, como taxas de juros mais baixas e limites maiores.
“O sistema é simples e seguro, e permite que os consumidores tenham maior clareza sobre sua saúde financeira, o que consequentemente, ajuda a entender a importância do controle nas finanças”, comenta o CEO da Oinc.
Próximos passos
Com menos de três anos no mercado, o aplicativo Oinc já alcançou resultados consideráveis e busca crescer ainda mais.
Desde o lançamento da nova versão, em junho de 2024, Gabriel Duarte afirma que o faturamento do grupo aumentou 30% em três meses.
“Estamos crescendo 30% mês a mês, graças às nossas soluções. Nossa fonte de receita são as assinaturas, que são transparentes para os usuários, sem taxinhas escondidas”, explica Duarte.
Para acessar o Oinc, os usuários pagam R$ 14,90 por mês, com 30 dias gratuitos para experimentação.
A expectativa é que o aplicativo feche o ano com um ARR (sigla em inglês para faturamento recorrente anual) de R$ 300 mil. “Esse número é bem significativo para uma equipe que começou pequena”, celebra Duarte.
De olho nas tendências, a fintech está desenvolvendo uma IA (Inteligência Artificial) voltada para simplificar ainda mais a experiência do usuário na gestão financeira.
“Quando sentirmos que esse novo produto está pronto e seguro para o público, vamos lançá-lo no mercado”, afirma o CEO.
Sem dar detalhes, Duarte também adiantou que a Oinc está em negociações avançadas com grandes players do setor financeiro, e novas parcerias devem ser anunciadas em breve.