Métricas

O que é TER (Total Expense Ratio) nos investimentos?

Entenda como a Taxa Total de Despesas afeta seus rendimentos e por que investidores conscientes devem considerar este indicador na hora de escolher fundos

O que é TER
Gráfico mostrando o impacto do TER (Total Expense Ratio) em investimentos ao longo do tempo, comparando fundos de baixo e alto custo | Crédito: SpaceMoney

Imagine dois fundos com o mesmo desempenho bruto. Ambos rendem 10% ao ano, seguem a mesma estratégia e aplicam nos mesmos ativos. Agora, pense que um deles cobra 2% de despesas anuais e o outro apenas 0,2%. Qual você escolhe?

Apesar de ser pouco relevante à primeira vista, no final de alguns anos, essa pequena diferença de custo pode significar milhares de reais a menos no seu bolso. Assim como um balde furado, um fundo com custo alto pode vazar parte do seu rendimento sem que você perceba. É exatamente por isso que foi criada uma métrica chamada TER (Total Expense Ratio) – ou, em português, Taxa Total de Despesas.

O que é TER e para que serve?

O TER (Total Expense Ratio) é um indicador que mostra o custo total de um fundo de investimento em um ano. Em outras palavras, ele mostra qual fatia do patrimônio do fundo é consumida para pagar todas as despesas operacionais. Desde taxa de gestão, administração, auditoria, custódia e outros custos envolvidos na gestão do fundo.

Para calcular o TER, soma-se o custo anual total do fundo e divide-se pelo valor dos ativos médios desse fundo no ano, chegando a uma porcentagem anualizada. Essa taxa total de despesas permite ao investidor conhecer, em um único número, quanto aquele investimento custa efetivamente.

Em termos práticos, o TER serve para informar e proteger o investidor. Os regulamentos exigem que o valor do TER de cada fundo seja divulgado nos materiais oficiais, como folhetos informativos, lâmina de produto, relatórios periódicos e prospectos. Assim, ao avaliar um fundo (seja um fundo de ações, um ETF ou FII), você pode encontrar o TER nesses documentos e sites das gestoras ou plataformas de investimento.

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O que isso significa na prática?

Para o investidor, compreender o TER traz implicações importantes no dia a dia, sendo as principais:

Transparência

Um dos principais benefícios do TER é aumentar a transparência sobre os custos totais de um fundo. Muitas das despesas de um fundo não são cobradas diretamente do investidor, mas sim descontadas do patrimônio do próprio fundo – ou seja, você não recebe uma fatura explícita dessas taxas. Por serem custos implícitos, muitos investidores acabam não percebendo que estão pagando por eles. O TER funciona, portanto, como uma vitrine desses custos “invisíveis”: em vez de cada taxa passar despercebida, o investidor consegue enxergar o custo agregado anual do fundo em forma de porcentagem.

Um TER baixo indica que o fundo é mais eficiente em custos, enquanto um TER alto acende um alerta sobre despesas elevadas. Em resumo, ao divulgar o TER, os fundos permitem que você veja claramente quanto paga pelos serviços de gestão e administração – tornando o investimento mais transparente e consciente para o investidor iniciante.

Comparação

Outra utilidade prática do TER é permitir comparar fundos similares de forma objetiva. Como o TER padroniza os custos em uma porcentagem anual, fica fácil colocar lado a lado dois produtos e ver qual deles é mais barato em termos de taxas. Isso é especialmente útil ao analisar fundos com a mesma estratégia ou índice de referência. Por exemplo, dois ETFs que seguem o mesmo índice de mercado. Se um ETF cobra TER de 0,2% e outro cobra 0,8% ao ano, a diferença de custos é clara: o segundo é quatro vezes mais caro que o primeiro. Mantidas as demais condições (mesmo benchmark, nível de risco semelhante, etc.), o fundo de menor TER tende a entregar maior retorno líquido para o investidor ao longo do tempo, já que menos dinheiro é consumido em taxas.

Portanto, usar o TER como critério de comparação ajuda a escolher fundos mais eficientes nos investimentos – você consegue identificar qual fundo tem a estrutura de custos mais vantajosa e, assim, evitar pagar caro desnecessariamente por produtos equivalentes.

Impacto no rendimento

Custos mais altos significam rendimentos líquidos mais baixos para o investidor, e o TER quantifica esse efeito. Por exemplo, um fundo com 10% de rendimento bruto anual e TER de 1% resultará em cerca de 9% líquido. Com TER de 2%, o retorno cai para aproximadamente 8%.

Vale lembrar que TER maior não significa retorno maior; apenas indica quanto dos resultados é consumido pelos custos. No longo prazo, essas pequenas diferenças geram grande impacto.

Compreender o TER ajuda a avaliar o impacto no rendimento e evitar surpresas. Afinal, de nada adianta um fundo render bem antes das taxas se grande parte do retorno é consumida por despesas.

Quando utilizar o TER

Em quais situações você deve prestar atenção ao TER? A resposta curta é: sempre que for investir através de fundos. Praticamente todos os tipos de fundos possuem despesas que o TER procura refletir – seja um fundo de renda fixa, um fundo de ações, multimercado, fundo imobiliário (FII) ou mesmo fundos de índice (ETF).

Cada categoria tem estruturas de custos distintas, mas o conceito de TER se aplica a todas. Por exemplo, fundos ativos de ações ou multimercados, que demandam um trabalho mais intenso de gestão, costumam cobrar taxas elevadas (em média entre 1% e 2% ao ano). Já fundos de gestão passiva como muitos ETFs, que apenas replicam um índice, geralmente possuem TER bem menores (às vezes abaixo de 0,3% a.a.).

Portanto, ao escolher qualquer fundo de investimento, vale a pena verificar o TER. Se você está comparando dois ETFs similares, o TER pode ser o fator decisivo para optar pelo de menor custo. Da mesma forma, ao analisar FIIs (fundos imobiliários) ou fundos de renda fixa, observe a taxa total de despesas especialmente em cenários de juros mais baixos. Já que, quando o rendimento base do investimento não é tão alto, um custo elevado pode consumir grande parte desse ganho.

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Exemplos de TER alto e baixo

Para entender melhor, leve em consideração o BOVA11 (ETF que replica o Ibovespa). Ele cobra apenas 0,10% ao ano, um TER baixo, típico de fundos de índice grandes. Por ser um ETF passivo que só segue o Ibovespa, os custos são reduzidos e diluídos entre muitos cotistas, resultando em mais rentabilidade para o investidor.

fundos de ações ativos podem ter TER de 1,5% a 2% (ou mais) ao ano devido à gestão complexa, equipes de análise e taxas diversas. Este custo elevado só se justifica quando o fundo entrega retornos superiores ao mercado consistentemente. Caso contrário, o investidor paga caro por desempenho disponível em produtos mais baratos. Mas lembre-se, muitos fundos caros não superam o mercado após as taxas, então avalie criticamente se o retorno compensa o custo.

No geral, o TER (Taxa Total de Despesas) é uma ferramenta essencial para investidores avaliarem a eficiência de custos dos fundos. Funciona quase como um raio-X financeiro que revela o impacto das taxas sobre seus rendimentos. Ao usar o TER como referência, você consegue identificar fundos mais econômicos e evitar que despesas excessivas corroam seus ganhos ao longo do tempo. Porém, lembre-se de que um bom investimento não se baseia apenas em custos baixos – considere também o histórico de desempenho, a qualidade da gestão e a adequação à sua estratégia. Investir com consciência dos custos é fundamental para maximizar seus resultados a longo prazo.

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