Vou contar um pouco da minha atual jornada profissional: sou editora chefe e âncora do principal jornal do VRT News, no VRT Channel, emissora com mais de 10 milhões de lares conectados e cobrindo 1.000 cidades. A ideia de me chamar para o projeto partiu da CEO, Drica Lopes, que inclusive é a única mulher CEO no streaming.
Quando preparei o projeto e ela me convidou para ancorar o jornal, avisei que sou 60+ e ela me respondeu: “Por isso mesmo!”
Abordamos todos os assuntos, informamos, somos queridos pelas assessorias e espero que sirvamos de exemplo para outras emissoras. Porque se parar para olhar, até a lua é de prata!
Essa experiência me ensinou uma valiosa lição sobre a importância de aproveitar as oportunidades, independentemente da idade, e como podemos ser agentes de mudança e inspiração para outros.
Minha jornada até aqui não foi isenta de desafios. Como Julie O'Neill, uma experiente âncora de televisão afastada de seu cargo aos 55 anos, eu também experimentei a sombra da discriminação relacionada à idade.
Julie foi preterida em favor de um colega mais jovem, e essa situação é lamentavelmente familiar para muitas mulheres em cargos de liderança. Embora a discriminação de gênero relacionada à idade persista, é fundamental lembrar que somos capazes de superá-la e reescrever nossa história.
O Brasil, com mais de 55 milhões de pessoas com mais de 50 anos, enfrenta os mesmos desafios. É vital reconhecer a riqueza da cultura gerontológica e valorizar a experiência e as contribuições desse grupo significativo da população. Em vez de descartar suas habilidades com base na idade, devemos celebrá-las.
É alarmante que a discriminação baseada na idade persista em um momento em que as empresas estão supostamente comprometidas em promover a diversidade, equidade e inclusão. A questão que se coloca é: Por que a idade é aceitável como motivo de discriminação, mesmo quando as empresas afirmam estar comprometidas com ambientes de trabalho justos e inclusivos?
Entretanto, a minha história é um testemunho de que é possível superar esses obstáculos. Aqui estão algumas lições que aprendi ao longo do caminho:
- - 1. Autoconfiança é fundamental: Acreditar em si mesma e em suas habilidades é o primeiro passo para enfrentar qualquer desafio. Não deixe que a idade ou as inseguranças alheias afetem sua autoestima.
- - 2. Adapte-se às mudanças: O mundo está em constante evolução, e é fundamental se manter atualizado. Assim como meu filho, um analista de sistemas, eu também busco constantemente aprender sobre as novidades tecnológicas e me manter relevante.
- - 3. Esteja aberta a novas experiências: Aceite desafios e oportunidades, mesmo que saia da sua zona de conforto. Essas experiências podem levar a resultados surpreendentes.
- - 4. Mantenha a paixão pela aprendizagem: Assim como eu, que estou sempre cursando algo novo, é importante continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da carreira.
Minha história é um lembrete de que a idade não deve ser um obstáculo. Em vez disso, é uma oportunidade para continuar crescendo, aprendendo e inspirando outros ao longo do caminho. Portanto, não permita que o tempo seja uma limitação, mas sim uma vantagem que acrescenta valor à sua carreira e à sua vida.
A luta contra o idadismo continua, e juntos podemos transformar a percepção da idade no mundo profissional.
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