Criptomoedas

Ativos digitais ameaçam dominância do dólar, diz Morgan Stanley

Bitcoin, CBDCs e stablecoins podem minar a posição da moeda americana

Dólar
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A crescente adoção de ativos digitais, como Bitcoin (BTC) e moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs), pode representar uma ameaça à dominância do dólar dos Estados Unidos como moeda de reserva global, de acordo com um relatório do banco de investimentos de Wall Street, Morgan Stanley. 

O relatório, escrito pelo chefe de ativos digitais da Morgan Stanley, Andrew Peel, afirma que uma "mudança de paradigma" na percepção e uso global de ativos digitais está em andamento. Essa mudança foi significativamente acelerada pela aprovação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) de vários fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista no país. 

Peel observou que as entradas semanais nos novos produtos excederam US$ 1,18 bilhão, o que sugere que o interesse institucional por Bitcoin está aumentando. Ele também observou que a adoção global do Bitcoin tem sido "notável" nos últimos 15 anos. Atualmente, 106 milhões de pessoas em todo o mundo possuem a criptomoeda e existem caixas eletrônicos de Bitcoin em mais de 80 países. 

Além disso, Peel disse que as CBDCs de outros países também podem impactar a dominância do dólar. As CBDCs são moedas digitais emitidas por bancos centrais e têm o potencial de permitir pagamentos transfronteiriços rápidos sem a necessidade de uma moeda comum. 

"As CBDCs têm o potencial de estabelecer um padrão unificado para pagamentos transfronteiriços, o que poderia diminuir a dependência de intermediários tradicionais como a SWIFT e o uso de moedas dominantes como o dólar", disse Peel. 

Ele comentou que "além disso, as CBDCs podem possibilitar inovações significativas nos serviços financeiros, como o uso de contratos inteligentes para automatizar pagamentos, tornando o conceito de dinheiro programável uma realidade prática". 

As stablecoins também podem estremecer essa dominância do dólar também, segundo o executivo. "Com sua crescente importância, as stablecoins lastreadas em dólar estão preparadas para ter um impacto profundo no setor financeiro, potencialmente remodelando a forma como o dinheiro é movimentado além das fronteiras", disse Peel.